Em Algum Lugar nas Estrelas foi um livro que eu comprei, confesso, pela capa. Não sabia quase nada da história, mas a capa foi paixão à primeira vista. Talvez não seja a coisa mais esperta a se fazer, mas acontece. Adicione a isso o fato de que é um livro da Darkside e eu não consegui resistir. Assim, foi muito bom descobrir que a história estava à altura da capa.

Título Original: Navigating Early
Autor: Clare Vanderpool
Editora: Darkside Books
Páginas: 272
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Essa história me surpreendeu bastante. Nós conhecemos a história através de Jack, que acabou de perder a mãe. O pai, um militar da Marinha, sem saber muito bem o que fazer com o filho, o manda para um colégio interno. Jack se sente bastante deslocado, já que perdeu todos os seus pontos de referência. Com treze anos, idade em que todos podemos ficar um pouco perdido, Jack se sente sem chão.

É no colégio interno que Jack conhece Early, um menino que parece um pouco distante do resto dos garotos. É considerado esquisito e quase não conversa com ninguém. Ele diz conseguir ler os números de PI como se fossem uma história. Por entender um pouco a sensação, Jack começa uma amizade com Early. Nas festas de fim de ano, quando por um imprevisto seu pai não pode ir buscá-lo, Jack e Early embarcam numa aventura. Indo atrás de um grande urso, os dois procuram a si mesmos.

É importante observar que a história é contada por um menino de 13 anos. Isso influencia muito na maneira como os acontecimentos são relatados. Early é um personagem cativante que ajuda Jack, com suas estranhas manias. Talvez nos dias atuais Early seria rapidamente diagnosticado com a síndrome de Asperger, uma forma branda de autismo. Na época em que se passa a história, porém, ele era identificado apenas como esquisito mesmo. 

Essa é uma história sobre se encontrar e encontrar seu lugar no mundo. São dois meninos de treze anos aprendendo a lidar com a solidão, com perdas e com começar a se tornar adulto. Por conta disso, nem sempre sabemos se o que nos é contado aconteceu realmente ou é apenas fantasia. Porém, tal distinção não tem peso nenhum quando avaliamos a história. Não importa se tudo aquilo aconteceu exatamente como Jack conta. O que é fascinante é observar como tudo afeta o desenvolvimento dos dois meninos.

Com certeza, uma história que toca na sua simplicidade. A leitura é mágica e eu fiquei maravilhada com a delicadeza da escrita. Com certeza, uma surpresa que valeu a pena.

Quem já leu esse livro? Vocês gostam de histórias contadas do ponto de vista de crianças e adolescentes?

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