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10
2014

Acabei de Assistir: Gracepoint – Episódio 03

Gracepoint voltou nessa última quinta-feira com seu terceiro episódio, mesmo com a baixa audiência. Se a minissérie fosse como as tradicionais séries americanas, com certeza já estaria fadada ao cancelamento. Como seus dez episódios já foram gravados, ainda que exista a possibilidade da emissora FOX tirar a série do ar antes de sua conclusão, isso significaria ter que arranjar outra atração para o horário. Sem nenhuma novidade pronta para exibir, o mais provável é que ela chegue a ser exibida até seu último episódio.

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O episódio dessa quinta-feira apresentou ainda mais diferenças de sua versão original. Muito embora Mark Solano cometa o mesmo erro que Mark Latimer, ou seja, atrasar a investigação do assassinato do próprio filho porque não tem coragem suficiente de admitir seus erros (e não me venha com a ladainha de “ele é de uma cidade pequena, imagina como todos iam pensar, a família dele ia sofrer” porque ele não pensou na família quando decidiu pular a cerca né?), alguns outros detalhes trazem outras teorias à tona.

A primeira interação entre Carver e Miller foi objeto de algumas discussões. Após ter que aguentar mais uma das faltas de educação do Carver, a Miller perguntou se ele tinha filhos. Sem resposta, ela continuou dizendo que eles deveriam ser mal educados. O alvo da fala da Miller óbvio não foram os hipotéticos filhos de Emmett Carver, que ela nem sabe se existem ou não, mas suas maneiras terríveis de tratar todos os que estão à sua volta.

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Mas, como o Alec Hardy tem uma filha na versão original, uma filha que aliás nem fala com ele direito, muitos fãs acabaram tomando as dores do Carver, o que eu acho muito injusto, já que a Ellie estava simplesmente reagindo a todas as vezes que teve que aguentar a pura falta de educação do detetive, e não tem nem como sonhar que ele realmente possa ter filhos. Outra coisa (e isso é spoiler, então considere-se avisado), obviamente a relação do Emmett Carver com a filha é diferente da de Hardy, já que a menina vai aparecer na série, conforme um spoiler que a atriz soltou no instagram. Então, antes de chamar a Ellie de má, vamos tentar ver um pouco o lado dela, ok?

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Uma coisa que não consegui deixar de rir foi do Carver e suas tendências um pouco stalker, observando a família de Ellie pelas janelas da delegacia, ou então simplesmente encarando ela enquanto ela termina de falar com o marido no telefone. Gente foi muito estranho.

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Aliás, não sei se a irmã do Danny Solano é maior de idade ou não, mas super esquisito ele ligando para ela tarde de noite para perguntar sobre a cocaína. Se a Ellie tivesse ligado (com o que ela com razão não concordou) ainda teria a desculpa de conhecer a menina e a família dela. Por que a pergunta do Carver sobre a cocaína tinha que ser feita naquela hora? Qual a urgência?

E senti uma falta enorme do convite para o jantar. Em Broadchurch, ele acontece no terceiro episódio, e a cena entre a Olivia Colman e o David Tennant é tão boa que eu não conseguia parar de rir. Em Gracepoint, muito embora a Ellie Miller da Anna Gunn tenha se imposto, o convite não aconteceu, e isso me deixou triste. Ainda há tempo, Gracepoint tem dois episódios a mais do que os oito de Broadchurch, então dedos cruzados.

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Mas, falando em cena que já aconteceu em Broadchurch, tivemos a versão da (também maravilhosa) cena do “Eu odeio essa cidade e tudo o que há nela”, e o mais engraçado da versão americana foi que ela não conteve nenhum palavrão. Smiley friggin faces??? É por isso que a audiência tá tão baixa: a FOX teve tanto medo de errar que acabou não acertando nada.

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No fim do episódio, uma grande novidade: o legista encontrou um papel no casaco que Danny Solano usava quando morreu e no papel tem um número de telefone. E com esse plot twist, acaba o episódio, com as cenas do próximo capítulo mostrando algo super americano: os detetives usando armas (na versão britânica não acontece porque os detetives não usam armas – se eu não me engano, os únicos autorizados a usar armas são aqueles policiais que trabalham na captura dos criminosos, e não os que trabalham com investigação).

Eu achei esse episódio o melhor até agora, e finalmente começo a me interessar por quem poderia ter matado Danny nessa versão. Vamos ver se a série consegue melhorar um pouco sua audiência lá nos EUA, porque é uma história muito boa que merecia mais atenção. mari

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Márcia
Márcia
9 anos atrás

Muito boa sua análise comparando as duas ´series pra nós que já assistimos a original fica bem interessante. super curiosa par saber quem é o assassino agora.

Maria Lourdes
Maria Lourdes
9 anos atrás

A série americana foi muito mal cuidada. Não tinha tomadas cênicas tão boas quando BC, e tinha erros de filmagem, gente passando na frente da câmera, imperdoáveis.
David Tennant merecia coisa melhor nos EUA.