07
04
2013

Acabei de Assistir: The Rings of Akhaten – Doctor Who

Continuando com a série de posts com as minhas impressões gerais sobre os episódios de Doctor Who dessa nova temporada, hoje coloco aqui as minhas opiniões sobre The Rings of Akhaten, o episódio que foi exibido nesse sábado, dia 06, no Reino Unido e nos EUA. E para protegê-los dos spoilers, vou escondê-los. É só clicar para ler.

O episódio começa com a explicação da folha, a bendita folha que a Clara guarda dentro do livro “101 Lugares para se Ver” que ela chama de primeira página no episódio The Bells of Saint John. Aparentemente, essa é a folha mais importante em toda a historia humana, porque foi a folha que atrapalhou o pai dela, quase o fazendo ser atropelado e sendo salvo pela mãe dela. Por isso primeira página, porque a folha é essencial para seus pais se conhecerem.troak

O Doctor vai acompanhando a Clara crescendo (não, não é nem um pouco estranho, imagina…) mas como ele mesmo vai explicar para ela depois, ele só estava checando. Claro, ele quer entender da onde ela veio, para tentar explicar como ela apareceu em dois momentos e lugares da história completamente diferente. Mas não tem nada de estranho na história de vida da Clara, ela realmente é quem ela diz ser.

A Clara perdeu a mãe com dezesseis anos, e talvez seja por isso que tanto em The Snowmen quanto em The Bells of Saint John ela cuidava de crianças que perderam a mãe. Aliás, a mãe da Clara morreu em cinco de março de 2005, que seria exatamente a data que a Rose decide viajar com o Doctor, no episódio Rose (pelo menos, dá pra fazer essa ligação, já que os panfletos no episódio Aliens of London, também da primeira temporada, indicam que a Rose se encontra desaparecida desde 6 de março).

Enfim, o Doctor volta no amanhã da Clara, como prometido, para convidá-la novamente para viajar com ele. Como ela pede para ir para algum lugar “incrível”, o Doctor a leva para os Anéis de Akhaten, onde Clara conhece várias espécies de aliens, passeando num mercado, comendo frutas e outras guloseimas bem estranhas. Pela primeira vez, o Doctor menciona ter visitado aquele lugar com sua neta, que nós só podemos imaginar tratar-se de Susan, a companion do primeiro Doctor.

Aqui eu não entendi uma coisa: a TARDIS deveria traduzir todas as línguas alienígenas faladas ou escritas, certo? Mas a Clara não entende quase nada, só daqueles que realmente parecem humanos, chegando ao ponto do Doctor ter que traduzir a língua para ela.

Ok, o Doctor deixa que a Clara explore bastante nesse episódio, e é assim que ela encontra uma menina vagando sozinha e se escondendo de alguns outros homens. Ajudando a menina a se esconder, ela tenta abrir a porta da TARDIS, mas a TARDIS não abre, e a Clara acha que “isso não gosta de mim”. A Jenna-Louise Coleman, atriz que interpreta a Clara, já deu algumas entrevistas falando que a relação da Clara com a TARDIS é complicada, então eu acredito que esse seja o capítulo um dessa história.doctor-troak

A menina é Merry Galau, e ela é a “Queen of Years”, ou Rainha dos Anos, tendo sido escolhida quando bebê, assim que a antiga morreu. Ela conhece todas as histórias e todas as músicas de seu povo, e está com medo de cantar uma música importante para o seu deus, que eles chamam de Grandfather ou Old God, numa ocasião especial. Clara conta para a menina uma história de sua própria infância e a convence de que vai dar tudo certo. Mas isso é um episódio de Doctor Who, logo Clara devia ter esperado mais um pouco para fazer tal afirmação.

No meio do canto da Rainha dos Anos (aliás, uma cena linda, dessas que justificam todos os efeitos especiais utilizados, e ainda por cima com um coral de aliens cantando a mesma música e fazendo oferendas para seu deus), algo dá errado e ela é sequestrada para o templo do Grandfather (Avô). O Doctor sai correndo, deixando Clara se perguntando porque eles estão dando as costas para a menina, mas o Doctor deixa muito claro que em suas viagens, uma coisa que eles não fazem é dar as costas para quem precisa de ajuda.

Eles então vão ao Templo, onde Merry, convencida de que cantou errado e de que tudo aquilo é sua culpa, está pronta para se oferecer em sacrifício. Mas o Doctor já entendeu que na verdade aquele Avô é um vampiro que se alimenta de histórias, e por isso que o povo sempre oferece como sacrifício a Queen of Years, já que ela sabe todas as histórias.

Eles conseguem salvar a Merry, mas o Doctor fica para trás para lutar contra o Old God, que na verdade é o Sol em volta do qual os sete planetas daquele sistema orbitam (sem ter a mínima idéia do que fazer). A Queen of Years, para ajudar o Doctor, começa a cantar, o que lhe dá forças para se oferecer em sacrifício, já que ele, com tantos anos vividos, tem muitas histórias e muitas tristezas para contar.

A cena que se segue é uma das mais bonitas que eu já vi em Doctor Who. O discurso do Doctor para o Old God, falando de todas as coisas inacreditáveis que ele já viu, de todas as coisas que ele já perdeu, dos seus segredos que nunca poderão ser contados… tudo isso interpretado brilhantemente pelo Matt Smith, que faz seu Doctor chorar e consequentemente te faz chorar também, faz dessa cena uma daquelas que ficam marcadas na história da gente. Linda e emocionante. A voz da Rainha dos Anos cantando a música com todos os outros do seu povo também é linda e só adiciona ao clima de magia da cena.

Mas nem mesmo as memórias do nosso querido Time Lord foram capazes de saciar o apetite de um Old God, e quem salva o dia é a Clara, oferecendo a folha que seu pai passou para a sua mãe, e que ela guarda no livro. Porque aparentemente a folha traz infinitas histórias, não só aquelas que aconteceram, mas aquelas que nunca foram vividas, o apetite do Old God é saciado. clara-troak

Gostei muito do episódio, que apesar de não ter uma história super complicada e ser relativamente simples de se entender, comparado com outras histórias de Who, foi um episódio que tratou os personagens com um cuidado um pouco maior. Eu sinto que já sei mais da vida da Clara com os quatro episódios em que ela apareceu (e olha que eu estou sendo boazinha, já que a Clara mesmo só teve dois episódios, os outros dois não eram bem ela) do que da vida da Amy em todos os episódios dela. Essa sempre foi uma crítica que eu fazia da personagem da Amy: com tanta coisa acontecendo com ela, nós quase não descobrimos muito sobre a vida dela além do Doctor. Pelo menos, é como eu me sinto.

Também gosto de episódios em outros planetas, com várias espécies alienígenas, porque é isso que faz Doctor Who diferente das outras séries. É isso que faz Doctor Who tão especial. Foi para mim um dos melhores episódios com o Décimo-primeiro Doctor, e para parafrasear alguém que eu vi no Tumblr, o melhor episódio de Who desde The Doctor’s Wife. Fazia tempo que eu não assistia o episódio inteiro novamente, logo depois de tê-lo assistido pela primeira vez. Com esse, eu fiz isso.

E tem mais episódio semana que vem. Que venham os novos episódios de Doctor Who. foto

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8 anos atrás

[…] série que me fez prestar atenção em sua trilha sonora. A série também tem um episódio chamado The Rings of Akhaten que é praticamente um musical. Uma das músicas mais lindas é a The Long Song, que serve como […]