Os Addams vêm aí!

Flatline é o nono episódio da atual temporada de Doctor Who e foi anunciado como o episódio em que Clara iria ter o papel central, com pouca ou quase nenhuma intervenção do Doctor. Não foi bem isso que aconteceu, e no final o episódio abriu espaço para uma discussão diferente.
Eu digo que não foi isso que aconteceu porque, embora Clara tenha tomado mesmo o papel de Doctor no episódio, o Doctor mesmo apareceu bastante, mesmo que preso em sua mini-TARDIS, para dar instruções para a Clara.
Aliás, a pequenina TARDIS é o que inicia toda a história. Algo está mexendo com as dimensões da TARDIS, e o jargão “é maior por dentro” nunca foi tão verdadeiro. Mas não porque ela aumentou internamente, e sim porque seu exterior está menor do que nunca, a ponto da Clara conseguir carregá-la na bolsa. O que é, como a própria Clara descreve, adorável. E o Doctor está preso lá dentro.
Clara tem que investigar o mistério das pessoas que estão sumindo, mesmo dentro de suas casas com todas as portas e janelas fechadas por dentro. Para isso, ela conta com a idéia de um grafiteiro que está cumprindo serviço comunitário e seus companheiros de trabalho. Mas logo descobre que algo que vive em 2D está dissecando humanos, tentando compreender o que é a terceira dimensão.

O Doctor tenta se comunicar com essas criaturas (aliás, excelentes efeitos visuais nesse episódio, a equipe está de parabéns) para entender se elas são pacifícas ou não. O que eu achei bem compreensível, já que é algo que eu sempre espero que o Doctor faça, dê uma chance para o diferente.
Porém, as criaturas não só não páram de capturar os humanos, como ao compreender a terceira dimensão, passam a perseguir Clara e seu grupo, o que faz com que ela tenha que tomar a frente, dando ordens e até mentindo para que as pessoas tenham esperança e alguma chance de sobrevivência. Isso é o que o Doctor faz normalmente, mas nós sempre esperamos que a sua companion tenha uma atitude mais humana.

Apesar de no começo Clara se sentir desconfortável mentindo, logo ela pega o jeito da coisa. E essa é a discussão que se abre com esse episódio. Nele, nós vamos Clara não só mentindo para o grupo, mas também para o Doctor sobre o Danny estar tranquilo em relação às suas viagens mas não querer que ela deixe seus objetos pessoais na TARDIS; e para o Danny, sobre estar viajando com o Doctor (uma mentira totalmente sem cabimento, já que o Danny nunca disse para ela que ela não poderia viajar com o Doctor, só que queria que ela fosse honesta com ele).
Essa é a implicação que fica no final, quando Clara simplesmente menospreza as mortes das pessoas pelo bem maior, achando que foi um Doctor muito bom. O Doctor rebate essa afirmação, dizendo que realmente ela cumpriu o papel do Doctor muito bem… só que bondade não teve nada a ver com isso.

A discussão do efeito que o Doctor tem em seus companheiros de viagem não é algo novo, basta lembrar do Davros falando para o décimo Doctor que ele os transforma em armas. Mas a discussão nunca foi exatamente para uma pessoa em especial, nem num tom tão negativo. A Clara que defendia a vida de todos foi embora? Será que todas as suas mentiras são resultado da (má) influência que o Doctor tem sobre ela?

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No final, Missy reaparece. Acho que eu deveria estar mais no clima “oooh a Missy, o que será que ela é, qual o seu motivo de existir, blá blá blá” mas toda vez que ela aparece minha mente faz ugh e eu queria que ela não existisse. Sério, poucas coisas são mais chatas do que a Missy para mim. Mas enfim, existem iPads no paraíso, e ela assiste a Clara, a chama de minha Clara e diz que a escolheu bem. O que isso quer dizer? Não sei. Nem tenho vontade de descobrir para ser sincera. Como eu já disse… CHATOOOO.

Ah, uma última observação: os posts de Terças Whovians entrarão num hiatus, porque eu estou indo viajar e vou ficar 20 dias fora. Pretendo deixar alguns posts programados, mas se vocês acharem estranho não ver as reviews dos novos episódios, é por isso. 😉