26
04
2013

Acabei de Assistir: Hide – Doctor Who

Continuando a série de reviews dos episódios dessa sétima temporada de Doctor Who, aqui vão algumas considerações a respeito do episódio exibido no último sábado, 20, no Reino Unido e nos Estados Unidos, Hide, escrito pelo Neil Cross, mesmo escritor de The Rings of Akhaten.hide1

O episódio Hide prometia, por todos os seus trailers, ser um episódio aterrorizante. Com efeito, o Doctor e a Clara vão aos anos 70 para procurar um fantasma numa mansão mal-assombrada. Eles estão lá para ajudar o Professor Alec Palmer e sua assistente, Emma, uma empática. Algumas cenas realmente parecem cenas de filme de terror, com relâmpagos e sombras contribuindo para o ambiente sinistro.

No fim das contas, porém, o Doctor descobre que o fantasma que assombra a casa nada mais é do que uma pioneira em viagens no tempo, Hida, que por um acidente, acabou caindo num pocket universe (algo como um universo de bolso, não um paralelo – ele faria parte do nosso universo, mas com regras de tempo e espaço próprias). E aparentemente, nesse pocket universe o tempo passa muito mais devagar, então três minutos que ela passa por lá seriam milhares de anos.

Claro que nada é tão simples, e ela está sendo perseguida por um monstro nesse pocket universe, o que a faz gritar por socorro, e é esse pedido que faz a Emma se comunicar com ela, porque ela sente o desespero.

Enfim, o Doctor consegue abrir uma passagem para o pocket universe com a ajuda dos poderes empáticos da Emma, salva a Hida e ainda descobre que o monstro na verdade só quer sair do pocket universe, já que sua companheira mora na casa assombrada.  hide-helpme

Gostei de que a Clara se emociona ao assistir todo o ciclo de vida da Terra. Quando ela vira pro Doctor e fala “Nós somos todos fantasmas para você”, foi uma afirmação muito forte, e tenho certeza que uma daquelas coisas que o Doctor não se permite pensar muito. A Clara aliás é uma personagem bem interessante e tenho gostado muito dela como companion até agora.hide-clara

No geral, gostei muito do episódio. Mas existem algumas dúvidas que ficaram que, se não forem solucionadas, sinceramente, vão fazer o episódio perder todo o brilho. Primeiro: o fato de que a TARDIS usou sua interface para conversar com a Clara. Não que eu não aprove ouvir mais a TARDIS, o problema é que tira toda a magia de The Doctor’s Wife, quando ela tomou a forma humana e ganhou voz pela primeira vez. Por mais que a interface da TARDIS já tenha aparecido em Let’s Kill Hitler, ela foi acionada pelo Doctor, que tem toda uma conexão telepática com a TARDIS. 

Isso poderia dizer que a Clara também tem essa conexão, mesmo com a TARDIS não gostando dela? Poderia. Mas também acho estranho, porque não só a TARDIS se mostrou com a imagem da própria Clara, dizendo que ela era programada para mostrar a imagem que a pessoa mais estima, ela logo depois decide fazer o que a Clara pede e aí que eu tenho que dizer que o episódio comete um crime contra o canon de Who: a TARDIS se pilota sozinha.hide-doctorclara

Nós sabemos que a TARDIS muitas vezes ignora o Doctor e simplesmente vai para onde quer. Em The Doctor’s Daughter, por exemplo, ela sequestra a Martha e vai para o local e momento exato em que o Doctor deveria estar para dar vida à Jenny, caso contrário teria sido criado um paradoxo. Em The Doctor’s Wife, quando o Doctor reclama para ela mesma que ela não é lá muito confiável, nunca o levando para onde ele quer, ela responde que ela sempre o levou para onde ele precisava.

Mas, mesmo assim, nós já tivemos muitos momentos em que o Doctor esteve em apuros e que tudo teria se resolvido de maneira bem menos complicada se a TARDIS tivesse voado sozinha: um bom exemplo é em Parting of the Ways. Para a Rose conseguir levar a TARDIS de volta ao Satellite 5 e salvar o Doctor, ela tem que absorver o Time Vortex. Eu imagino que seria muito mais fácil se a TARDIS tivesse simplesmente sido convencida a fazer o caminho de volta.

Nem vou comentar muito, porque prefiro fingir que um certo episódio não existe da segunda temporada, mas é outra situação que o auto-piloto salvador de Doctors em apuros da TARDIS poderia ter feito uma bela aparição (deixo para quem não sabe de que episódio estou falando dar uma pesquisada).

Entretanto, aqui, a TARDIS simplesmente viaja para o pocket universe que o Doctor se encontra. E é ela mesmo que se pilota, não a Clara, que a gente vê sendo jogada de um lado para outro dentro da TARDIS. Ouch, mas quem manda xingar a TARDIS também?

Eu espero sinceramente que exista uma explicação para isso. Até agora, só os episódios do Neil Cross entraram nesse assunto, já que o Moffat estava mais preocupado com apresentar a Clara e a Great Intelligence e o Mark Gatiss em apresentar o Ice Warrior. Nós quase não vimos a TARDIS nos outros dois episódios. Talvez tenha uma ótima explicação. O problema é que, na era Moffat, se a explicação não veio no próprio episódio, você tem que torcer muito para que ela venha nos próximos e não seja simplesmente jogada para escanteio.

Talvez a resposta esteja no episódio desse próximo sábado, Journey to the Centre of the TARDIS. Torçamos por isso. foto3

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