Nessa quinta-feira é o aniversário de dez anos da primeira exibição do episódio Rose, o primeiro da primeira temporada de New Who, ou seja, da volta de Doctor Who às telinhas britânicas (e consequentemente, é claro, às demais telinhas do resto do mundo). 

Foi ali, com um Doctor um pouco mais enigmático e intenso, e com uma garota de 19 anos que trabalhava como atendente em uma loja de departamentos, que Doctor Who teve seu pontapé inicial. A série, que fez seu retorno de uma maneira que ainda deixava algumas dúvidas sobre por quanto tempo ia durar (afinal, não demorou muito para as pessoas saberem que nem ia acabar a primeira temporada, já aconteceria a primeira regeneração), continua sendo um sucesso de audiência até hoje, nove temporadas e três Doctors depois.

Quando Russell T Davies foi escolhido para ser o showrunner, a ideia que ele apresentou para modernizar Doctor Who e fazer a série mais atrativa para os mais jovens foi eliminar toda a interferência dos Senhores do Tempo e de Gallifrey (que foi uma das principais funções da Guerra do Tempo) e começar a recontar a história do ponto de vista da companion do Doctor, no caso, Rose Tyler.

E no episódio inicial, Rose, é só do ponto de vista dela que conhecemos a história. Vemos ela acordando, indo para o trabalho, encontrando com o namorado para o almoço e finalmente, na hora da saída, tendo que ir levar o dinheiro da loteria para Wilson, o responsável pela parte elétrica da Hendrik’s, a loja que ela trabalha. Quem diria que num dia tão comum iria acontecer algo que mudaria a vida toda dela?

É através dela que conhecemos o Doctor, um Senhor do Tempo de Gallifrey que sofre com o peso da decisão que teve que tomar. Que entramos pela primeira vez na TARDIS, essa pequena caixa azul que se torna tão importante para todo fã de Doctor Who. E é quando a vida de Rose muda, que a audiência conhece realmente sobre o que é Doctor Who.

Claro que você, querido leitor, pode ter conhecido a série bem antes disso. Afinal, ela se encontrava suspensa (porque nunca foi oficialmente cancelada pela BBC) desde 1989. Também, nesse meio tempo, tivemos um filme para TV com Paul McGann apresentando seu oitavo Doctor – uma regeneração que pode ser conhecida muito melhor através das aventuras em áudio produzidas pela Big Finish. Mas uma grande parte do fandom teve seu primeiro contato com esse episódio que foi ao ar pela primeira vez há dez anos atrás.

Muita coisa aconteceu nesses dez anos. Talvez você, como eu, seja relativamente novo no fandom (eu assisti Doctor Who pela primeira vez há três anos, ou seja, Matt Smith já era o Doctor quando eu conheci a TARDIS) mas com certeza, de alguma forma, essa série te fisgou. Mesmo com as críticas que cada um possa (e deva) fazer, mesmo com todas as vezes que a série foi de partir o coração, Doctor Who ainda encanta. E essa nova – e importante – fase de Doctor Who começou há dez anos atrás.

Parabéns New Who!