01
07
2014

Terças Whovians – Minha Companion Preferida

Apresentando hoje o primeiro de uma série de posts sobre a uma das minhas séries preferidas, Doctor Who. Toda terça, um novo post sobre um assunto diferente de Doctor Who, pra quem assiste e quiser deixar sua opinião nos comentários, e pra quem nunca assistiu ficar conhecendo um pouco da série e quem sabe, começar a assistir. Bem-vindos à primeira Terça Whovian do blog Pequenos Retalhos, sobre a minha companion preferida, Rose Tyler!

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Rose Tyler é uma personagem da série Doctor Who. Quando tinha 19 anos, Rose (interpretada pela linda e talentosa Billie Piper) foi salva pelo Doctor de um ataque de autons, manequins assassinos que estavam no sótão da loja de departamentos aonde ela trabalhava em Londres. Após ajudar o Doctor a salvar a cidade dos autons, Rose foi convidada por ele para viajar pelo tempo e espaço em sua TARDIS. Num primeiro momento, ela não quis, por ter sua mãe e o namorado para cuidar. Porém, quando o Doctor voltou (dez segundos depois do ponto de vista da Rose) e comentou que a TARDIS também viajava no tempo, ela aceita o convite e passa a ser sua acompanhante (companion) nas viagens através do tempo e espaço.
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A personagem da Rose teve um papel muito importante na volta de Doctor Who à TV. A série estava num hiatus desde 1989, e apesar do filme para a TV lançado em 1996 e das várias aventuras lançadas em áudio e quadrinhos, foi em 2005 que a série voltou a ter episódios regularmente na TV. Para apresentar essa série pouco convencional e conquistar novos fãs que tinham crescido assistindo dinossauros e guerras interestelares extremamente convincentes, era necessário que as pessoas se identificassem com a série.

A Rose foi esse ponto de reconhecimento. Ela vai aprendendo sobre quem é o Doctor, sobre como ele viaja no tempo e espaço, e com isso o mundo de Doctor Who vai sendo apresentado para quem ainda não o conhecia. Ajudou e muito que a Rose era uma jovem que trabalhava como atendente em uma loja, sem muita perspectiva, ainda um pouco perdida sobre o que vai fazer. Afinal, quem nunca se sentiu assim?

Aos poucos, Rose foi abrangindo seus horizontes. Nas suas viagens com o Doctor, ela vai se conhecendo melhor, vai encontrando valor nas coisas que faz e vai descobrindo que pode fazer diferença. O desenvolvimento da personagem e a sua trajetória vai sendo construído durante os episódios, e ela não só aprende muito com o Doctor, mas ensina muito para ele.

Sim, porque o Doctor que conhece a Rose (o Nono Doctor, interpretado pelo Christopher Eccleston) é o Doctor que acabou de sair da Guerra do Tempo e o que foi responsável por um ato terrível para acabar com ela, então ele ainda sofre muito com o peso dessa decisão e por isso é muito fechado e severo. Ele tenta não se envolver demais e tomar as decisões da forma mais racional possível. Convivendo com essa jovem de dezenove anos, o Senhor do Tempo de 900 anos vai aos poucos voltando a acreditar que ainda existem boas coisas pelo que lutar. O impacto que a Rose tem no Doctor é extremamente positivo. Ela devolve a esperança para ele.

A relação entre o Doctor e a Rose é uma relação de amizade que se torna uma relação romântica sim. Talvez não romântica no sentido de que eles expressem através de algo mais além de mãos dadas e abraços (e os muito raros beijos – muito raros mesmo), mas isso se dá mais pelo fato de que existe a grande diferença de idade e cultural entre os dois – ele nem é do planeta Terra – como também pelo fato de que Doctor Who é uma série de TV considerada no Reino Unido como familiar, e portanto não poderia focar nesse assunto. Mas isso não faz com que a história dos dois não seja uma história de amor.
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Quando a regeneração acontece (nas palavras do próprio Doctor, para enganar a morte, os Senhores do Tempo tem esse pequeno truque, em que todas as células do seu corpo se regeneram e ele se transforma em outra  pessoa) e o Nono Doctor se transforma no Décimo (interpretado pelo David Tennant) a relação entre os dois fica mais leve, mais alegre e eu acho que essa parte do romance fica mais clara. É como se não houvesse mais como negar.

Aliás é com a Rose que a gente passa pela regeneração, e é ela que acaba sendo a nossa voz na série, fazendo todas as perguntas que nós faríamos e tendo todas as reações que nós temos, passando da desconfiança até a eventual aceitação. Quando a Rose finalmente aceita esse novo Doctor, é como se todos nós aceitássemos com ela. Eu aceitei um pouco antes, mas acho que não sou parâmetro pra isso…

Acho que o que faz da Rose uma personagem tão popular é o quanto ela é real. Ela também se preocupa com as pessoas que conhece e luta pelo que acredita. Não é o tipo de mulher que aceita ser apenas uma figurante na história. Foi realmente uma primeira companion (alguém que acompanha o Doctor em suas viagens) ótima para a volta de Doctor Who às telas.

[A PARTIR DAQUI TEM SPOILERS – PULE SE QUISER]

O final da história da Rose como uma companion regular se deu no fim da segunda temporada de Doctor Who, num episódio chamado Doomsday. Para muitos fãs, esse é um dos episódios mais tristes de Who, e realmente é difícil controlar as lágrimas quando a Rose e o Doctor são separados, ela presa num mundo paralelo com sua mãe, Mickey e uma versão paralela de seu pai, e o Doctor sozinho do outro lado.

Porém, a história dela não acaba aí e ela volta na quarta temporada, para a grande season finale. Durante todo o tempo que ela passa no mundo paralelo, ela tenta arranjar um jeito de voltar para o Doctor. Então, quando Davros, um dos inimigos mais antigos do Doctor, constrói uma bomba para destruir toda a realidade, ele acaba criando brechas entre os mundos paralelos, o que permite que a Rose consiga pular entre eles com a ajuda de um canhão dimensional.
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Mas o Doctor acaba deixando a Rose novamente no mundo paralelo, com uma versão dele que é ele, só que com um único coração, ou seja, um corpo humano com um cerébro de Senhor do Tempo. E assim a Rose acaba tendo seu final feliz, na minha opinião, da melhor maneira possível, pois se ficasse com o Senhor do Tempo, ia acabar morrendo enquanto ele viveria para sempre (ou até suas regenerações acabarem) o que só traria sofrimento para os dois, já que ele também se culparia por não poder dar a ela uma relação normal.

[FIM DOS SPOILERS]

Rose se transformou rapidamente em uma das minhas personagens preferidas, e não consigo entender quem não gosta dela. Ela é egoísta em certos momentos, muito egoísta às vezes, mas isso é algo que transforma a personagem em real. Se ela fosse perfeita, ia ser chata.

Aliás, a aceitação da Rose é tão alta que frequentemente ela é votada a companion favorita dos fãs. A atriz Billie Piper foi inclusive convidada e participou do especial de 50 anos da série, e era uma das participações mais esperadas.

Rose Tyler foi um grande marco na história de Doctor Who e um ótimo meio de recomeçar a história das companions, ajudando a trazer a série para o século 21 e abrindo caminho para as companions que vieram depois dela.

E esses são só alguns motivos pelos quais eu amo tanto a Rose Tyler. E quem já assiste a série, qual é a sua companion favorita? Deixa aí nos comentários!mari

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8 anos atrás

[…] é uma personagem para a qual já declarei meu amor algumas vezes através de postagens aqui no blog, e sempre vou ser uma daquelas que não admite que falem mal da […]