22
06
2016

A Arte de Ser Gentil Na Internet

Que internet é um meio de comunicação indispensável, ninguém pode negar. Ninguém quer voltar ao tempo da internet discada, né? Mas infelizmente nem tudo são rosas no mundo virtual. Muita gente mal intencionada, muita notícia falsa e muita gente sentindo prazer em humilhar os outros. Esse último tipo de pessoa acaba me deixando bem confusa. Por que tem gente que se diverte sendo mal educada de forma gratuita na internet? gentil01Mesmo no Twitter, com seu limite de 140 caracteres por mensagem publicada, as pessoas conseguem dar umas respostas que chegam perto da pura crueldade. Eu não nego, existem muitas perguntas sem noção, muitas “opiniões” que são preconceituosas. Mas também existem várias interações que é fácil perceber que a pessoa só quer mesmo fazer uma pergunta. E já vi muitos perfis no Twitter, alguns que nem são pessoais mas sim perfis de sites, respondendo de forma mal educada. Por quê? 

Qual o problema de ser gentil?

Às vezes penso que para algumas pessoas, ser gentil é sinônimo de fraqueza. Ou ainda que pelo seu número de seguidores ser alto, podem dar a resposta que quiserem. Não é bem assim. Afinal, uma resposta gentil não custa nada. E se não puder dar uma resposta gentil… Por que não ignorar a pergunta?

Às vezes, ser mal educado é sinônimo de status.

Basicamente, ao tirar sarro das fraquezas de alguém, o indivíduo sente-se mais forte. Estou falando no mundo virtual, mas não é difícil observar o mesmo comportamento no mundo real. Na época do colégio, sempre tem aquele aluno que sofre bullying dos colegas. Seja pelo seu jeito, seja pela forma como fala ou se veste, ou pelo seu corpo.

No mundo virtual, porém, a situação consegue ser pior. Mesmo que a pessoa se afaste das redes sociais, um simples post no Facebook pode rodar o mundo. Um vídeo no YouTube, ainda mais se for tirando sarro de alguém, pode atingir milhares de visualizações num único dia. O que antes acontecia numa roda de amigos agora acontece numa escala mundial. De repente, até o grupo de crochê da sua avó está comentando o assunto.

E qual o sentido de tudo isso?

A verdade é que deixar de ser gentil com alguém não vai fazer de você uma pessoa melhor. Tirar sarro da dúvida sincera de alguém não faz ninguém mais inteligente. Responder com um coice verbal só faz de você um cavalo.

Como você anda tratando as pessoas na internet? Será que a sua forma de ser engraçado não está magoando alguém? Não se esqueça que por trás de um perfil numa rede social, existe alguém. E você só vê dessa pessoa o que ela deixa você ver. Você nunca vai saber exatamente tudo o que ela está passando. E uma palavra sua pode afetar bem mais do que você imagina.

gentil

Siga-me por aí:

Twitter | Facebook | Instagram

Skoob | Goodreads

02
05
2016

[Blogueiros Geeks] No tempo da Internet Discada…

Você já deve ter visto por aí a tag #internetjusta, não é? O movimento surgiu depois que algumas operadoras, como a Vivo, anunciaram que iriam fazer valer uma cláusula que existe em seus contratos que autoriza a diminuição da velocidade ou até o corte do fornecimento de internet na banda larga, da mesma maneira que acontece com os planos de celular. E aí o assunto entrou em discussão, afinal isso faria grande parte da população voltar ao tempo da internet discada.discada01

Particularmente, acredito que essa seja sim uma maneira de boicotar os serviços de streaming, como por exemplo a Netflix, que tem tomado boa parte dos espectadores da TV a cabo. O interessante é que em momento algum se falou em melhoria no serviço, ou em explicações sobre todas as quedas no fornecimento de internet ou em como a velocidade contratada nunca é a efetivamente oferecida. E aí, seria justo?

Enfim, a Anatel se pronunciou proibindo, temporariamente, as operadoras do serviço de internet banda larga de diminuir a velocidade ou cortar o serviço contratado. A verdade é que outras questões entraram em discussão, inclusive se essa ideia de tirar a internet do cidadão não seria uma forma de repressão, já que a maioria das manifestações populares, cada vez mais comuns nesses tempos de instabilidade na política, são combinadas através da internet. É por isso que hoje, um dia antes do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa (03/05), vamos relembrar algo importante.

Se essa ideia das operadoras vingar (já que a proibição da Anatel é temporária) voltaríamos basicamente ao tempo da internet discada. Não sei quantos de vocês são dessa época, mas eu basicamente vi a internet entrar na minha casa. Eu devia ter uns sete anos, e todo mundo começava a comentar sobre uma rede mundial de computadores que estava chegando para revolucionar toda a comunicação.

Mas lá no comecinho, a gente não tinha essa internet rápida, não senhor. A gente precisava ter um computador e um CD para instalar o programinha que ia fazer seu computador se conectar na internet. E aí você instalava o bendito Discador. E era exatamente isso que ele fazia: ele discava para o provedor para conectar-se à internet através da linha telefônica.

E gente, como isso era demorado. Como isso vinha cobrado direto na conta de telefone, a gente só podia entrar na internet aqui em casa depois da meia-noite e aos finais de semana, que era quando só era cobrado um pulso. Era uma briga, como vocês podem imaginar, já que aqui em casa somos em três irmãos e só um computador podia se conectar por vez (não que a gente tivesse mais de um computador, que na época era algo muito caro, e celulares com acesso à internet era ainda apenas assunto de filmes de ficção científica).

E quando alguém tinha que fazer uma ligação, então? Lá ia a gente, desconectar o computador, esperar a pessoa ligar… Fora que para abrir qualquer página demorava às vezes até dez minutos. Se houvessem muitas imagens, então, esquece. Era mais fácil a internet cair primeiro. Porque sim, a ligação caía com uma frequência assustadora. Fazer download de arquivos de áudio de dois minutos podia demorar horas. Quando o arquivo era um pouco maior, não era incomum que o tempo estimado para download ultrapassasse anos. Isso mesmo, ANOS. Não demorava anos, claro, até porque se realmente demorasse ninguém ia conseguir fazer nada, mas como a velocidade era instável, isso acontecia.

Todas essas lembranças ficaram num passado remoto. Ou pelo menos deveriam, ainda mais porque agora dependemos da internet para tudo: para fazer declaração de imposto de renda, para mexer na conta do banco, fazer inscrições em concurso… E agora, querem tirar isso da gente, alegando que está no contrato. Mas será que é justo?

E aí, alguém lembra dessa época da internet discada e dos CDs do Uol que vinham até em revista?

barra_bg

Siga-me por aí:

Twitter | Facebook | Instagram

Skoob | Goodreads