16
04
2024

Como é a Acessibilidade Dentro da CCXP?

Eu falo muito no blog sobre a CCXP e minhas experiências lá ao longo dos anos. Mas sinto falta de falar um pouco mais sobre como é a acessibilidade dentro da CCXP. Esse ano, após anos pedindo alguém de Doctor Who na CCXP, o evento surpreendeu ao anunciar Matt Smith como um de seus convidados. O evento acontecerá nos dias 5 a 8 de dezembro desse ano, mas é comum que vá anunciando seus convidados até a data. E como houve abertura da venda das credenciais em 09/04, alguns nomes já saíram. Porém, como vocês já sabem, sou PCD (pessoa com deficiência). Tenho ido ao evento todos os anos, praticamente, desde 2015. Então tenho experiência suficiente para falar sobre como é a acessibilidade dentro da CCXP.

 

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22
08
2019

Proibir a Distribuição de Canudos de Plástico Não É A Solução

De uns tempos para cá, muito tem se falado em proibir a distribuição dos canudos de plástico nos restaurantes. Várias cidades chegaram a formular leis nesse sentido. E essa é uma tendência mundial, tudo levando em conta o impacto dos canudos de plástico que acabam indo parar nos oceanos. Tudo começou há alguns anos, quando um vídeo de uma tartaruga marinha asfixiada por um canudo de plástico viralizou na internet.

Photo by Foto T on Unsplash – copo com canudos

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03
08
2019

Deficiente? PCD? PNE? Qual termo usar?

Desde que me entendo por gente, sei que sou diferente. Minha deficiência é bem visível e por isso sempre tive essa noção. Porém, com o passar dos anos, fui notando que as pessoas usavam vários termos diferentes para se referir à minha deficiência. E não só pessoas no dia-a-dia como também aquelas que deveriam saber os termos técnicos. Deficiente era o termo mais comum. O que notei foi que a forma de se dirigir a quem tem deficiência mudou com o passar do tempo e o que já foi aceitável, não é mais. Mas isso cria muitas dúvidas e as pessoas ficam perdidas.

Photo by marianne bos on Unsplash

Você que está lendo isso pode ser uma delas. Afinal, com certeza, já leu e ouviu várias dessas expressões. E qual o termo correto para se utilizar? Qual a melhor maneira de se dirigir a alguém com alguma deficiência? Seria “pessoa com necessidades especiais” um termo mais respeitoso? Tudo bem falar simplesmente deficiente? (mais…)

13
12
2015

As Aventuras de Uma Geek Com Deficiência na @CCXPoficial

Vocês já estão cansados de saber aqui no blog, tem um monte de post aqui porque eu simplesmente não consigo parar de falar sobre o assunto, mas com a notícia de que David Tennant viria para a Comic Con Experience, em São Paulo, uma das primeiras coisas que eu fiz foi comprar minha credencial e as passagens, porque eu iria de qualquer maneira tentar conhece-lo.

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Eu, já na cadeira, e a Maria Lourdes, companheiríssima na aventura!

Mas como vocês também já devem saber, eu sou uma pessoa com deficiência. Eu não tenho vergonha nenhuma disso e já até postei um pouco da minha história aqui. Mas também não é algo que eu fale sobre toda hora, porque é apenas uma circunstância entre tantas outras da minha vida e na maioria das vezes nem entra muito na história.

Porém, em eventos grandes como é a Comic Con Experience, eu sempre fico apreensiva, porque ser uma pessoa com deficiência nessas horas acaba fazendo uma diferença enorme e se não houver nenhum tipo de apoio por parte dos organizadores do evento, fica quase impossível aproveitar alguma coisa. Por exemplo, eu não consigo ficar muito tempo em pé numa fila, canso com muita facilidade de ficar andando, tenho problemas de equilíbrio…

Eu estava bem preocupada sobre como a parte de fila preferencial ia funcionar por lá. Tinha tentado perguntar antes para os organizadores, mas de maneira impressionante, só obtive o silêncio como resposta. Sério, eu literalmente não tive resposta nenhuma, e tentei entrar em contato através do site oficial, da página do Facebook e do Twitter.

Apesar de tudo isso, logo que cheguei na estação de metrô Jabaquara para pegar o transporte até o local do evento, pedi preferência (a fila para entrar no ônibus estava enorme) e fui atendida sem nenhum tipo de problema. Eles até pediram para dar espaço na frente do ônibus para ficar mais fácil para mim. (mais…)

08
12
2013

A Representação da Pessoa com Deficiência na Sociedade

Uma campanha organizada por uma organização chamada Pro Infirmis,de Zurique, na Suíça, me chamou atenção essa semana. Reunindo pessoas com as mais diferentes deficiências físicas, a idéia foi fazer manequins, desses que ficam nas vitrines das lojas para mostrar o caimento das roupas e chamar a atenção de quem passa na frente, com as medidas das pessoas com deficiência e também com a mesma forma de seus corpos.

Interessante, porque quando paramos para pensar, os manequins de loja são praticamente iguais, feitos no padrão que as revistas e os programas de TV impõem como o corpo perfeito: quase não existem manequins representando pessoas baixas ou gordas, e mesmo quando existem, estão nas chamadas lojas especializadas. A própria palavra “gorda” traz uma imensa conotação negativa, enquanto “magra” é frequentemente utilizada como um elogio. Para amenizar, nós costumamos colocar tais palavras no diminutivo, já que baixinha e gordinha são um pouco mais… carinhosas. Você já parou para pensar no porquê? E mesmo que a justificativa de que é preciso emagrecer pela saúde, já que ser gorda pode trazer vários problemas de saúde, eu me pergunto: e ser magra não traz?
Mas, enfim, talvez essa seja uma discussão para outro momento, já que aqui estamos falando dos manequins modelados nas pessoas com deficiência. Confesso que um dos principais motivos para ter dado play no vídeo foi o fato de que na imagem de preview aparecia uma das modelos que tinha uma escoliose muito parecida com a minha. Ela é baixa como eu e tem o andar parecido também. E fizeram um manequim de acordo com as medidas dela. Aliás, esse manequim foi parar na vitrine de uma loja de roupas na rua, e as pessoas paravam para olhar. Ora, é algo diferente, que instiga a pessoa a refletir.
A campanha tem o objetivo de mostrar que, afinal, ninguém é igual. E por isso, não temos que ser todos representados com o manequim padrão. Fazer com que as crianças entendam que existem diferenças entre as pessoas sim, e isso não é motivo para medo ou para risadas, seria algo muito mais fácil se junto com as pessoas altas e magras também fossem apresentadas da mesma forma pessoas cadeirantes, pessoas que não possuem uma perna ou que tenham apenas três dedos no pé. A representação na mídia, nas redes sociais e nas propagandas é importante, porque ajuda a lembrar que somos diferentes mas que nossas diferenças não nos fazem de maneira alguma inferiores ou menos merecedores de admiração (ou pior, merecedores de pena). Pense nisso.mari-transp