Emma é um romance escrito pela Jane Austen que já ganhou várias adaptações cinematográficas. A personagem principal, que dá nome ao livro, é Emma Woodhouse, uma mulher solteira, inteligente, bonita e rica que perdeu a mãe muito cedo e vive com seu pai superprotetor, tendo sido criada por sua governanta, Miss Taylor.

O ponto de partida do livro é quando Miss Taylor deixa a casa dos Woodhouse, tendo se casado com o vizinho, Mr. Weston. Emma serviu de cupido para os dois, e como também acredita ter sido responsável pelo enlace da irmã mais velha, acaba decidindo que passará os seus dias tentando fazer as vidas das outras pessoas tão felizes quanto a dela. Claro que isso dá problema.

Emma Woodhouse é uma personagem interessante. Eu não fui com a cara dela no começo. Para falar a verdade, a Emma me irritava muito pelo modo como achava que era melhor do que as outras pessoas e de como sabia mais sobre tudo, e como acaba manipulando sua amiga Harriet Smith. O bom é que as atitudes da Emma tem consequências e não passam em branco. Em compensação, o Mr. Knightley me encantou logo de cara, principalmente por ser a pessoa que dava bronca na Emma quando ela precisava.

Porém, ela foi aos poucos me conquistando. Emma vai crescendo e, apesar de ter sim aquela pitada de arrogância, ela vai aprendendo com seus erros. O fato de que ela realmente se importa com aqueles que ama e o modo carinhoso como trata o pai ou como se dirige à irmã ou mesmo a Mrs. Weston também é outra qualidade que eu admiro em Emma.

Devo confessar que um dos motivos para a personagem ter demorado a cair nas minhas graças foi a maneira como ela tratava a Sra. Bates e como não conseguia enxergar através de seus preconceitos e de sua inveja de Jane Fairfax. Da Jane eu gostei no começo, porém quando seu segredo é revelado ela caiu um pouco no meu conceito. Mas se formos analisar a história, Jane Fairfax se adequa muito mais ao papel de heroína romântica do que a Emma. E é isso que faz a história tão interessante: o fato de que não é contada por uma heroína convencional, mas alguém que passa pela vida dela.

Outro personagem que eu não consegui gostar foi de Frank Churchill. Esse, devo confessar, mesmo depois do fim do livro, não se redimiu aos meus olhos. A necessidade de Frank Churchill de agradar a todos e de usar de galanteios para se safar das situações que provoca me passa uma idéia de falsidade que não me agrada.

No Netflix está disponível o filme Emma, com a Gwyneth Paltrow, mas depois de ter assistido, não recomendo. Uma adaptação que vale muito a pena assistir é a série de quatro capítulos da BBC (no mesmo estilo da famosíssima adaptação de Orgulho e Preconceito que tem Colin Firth no papel do Mr. Darcy), com a Romola Garai e o Jonny Lee Miller nos papéis de Emma e Mr. Knightley. Essa não tem no Netflix, mas eu comprei aqui no Brasil a caixa com os DVDs.

O Netflix tem porém uma adaptação moderna de Emma muito boa, e que muita gente já assistiu sem nem saber que era adaptação de um livro da Jane Austen: As Patricinhas de Beverly Hills. Sim, senhoras e senhores, nossa amada Cher é uma adaptação moderna de Emma Woodhouse.

Falando em adaptação moderna, não dá para deixar de citar, com mil recomendações, a websérie Emma Approved. Produzida pela mesma equipe de The Lizzie Bennet Diaries, Emma Approved é uma série de episódios lançada diretamente no YouTube, todas as segundas e quintas, e basicamente são vídeos de Emma Woodhouse documentando sua genialidade no negócio de aconselhamento pessoal. Eu adoro o formato e acho as maneiras como os personagens e as situações são adaptadas para os dias de hoje, sem perder a essência do que Jane Austen escreveu.

Alguém tem mais alguma adaptação de Emma para recomendar?