12
04
2016

Kindred Spirits e a Alegria de Ser Fã

Nessa última semana, tive a felicidade de ler Kindred Spirits, da Rainbow Rowell, um conto curtinho que foi lançado para celebrar o Dia Mundial do Livro. Li por motivos de, claro, ser um livro escrito pela Rainbow Rowell e eu gostar muito da autora e também porque amei a sinopse dele: Elena é uma fã de Star Wars. Mas fã mesmo, de coração.kindredspirits

Por isso resolve ir para a fila do cinema dias antes da estréia do novo filme, O Despertar da Força. Afinal, quando os primeiros filmes estavam sendo lançados, ela nem existia ainda, mas após ver as várias fotos das celebrações e das filas gigantescas de fãs unidos pela mesma paixão, ela quer sentir isso na pele e vê sua grande chance com esse novo filme. O problema é que a grande fila não é tão grande assim. Na verdade, é ela e mais duas pessoas: Troy, um fã da velha guarda que ainda se lembra de como era nas primeiras estréias e Gabe, um garoto mais ou menos da sua idade que na maior parte do tempo fica na dele.

O conto vai se passar todo nessa espera pelo filme, em todas as situações hilárias pelas quais Elena passa acampando na fila, enfrentando o frio, o desafio de fazer xixi em copos atrás de lixeiras e é claro, a preocupação de sua mãe, que não se conforma com a filha ficar na companhia de dois homens numa fila para ver um filme que você pode comprar o ingresso online.

Existe um pouco de romance, mas é bem de leve. O que mais me encantou nessas 96 páginas da história (segundo o Goodreads, já que li em ebook) foi compartilhar com a Elena essa alegria maravilhosa de ser fã, de amar tanto um filme, uma série de TV, um livro, um personagem fictício, um ator… Tanto que parece que passam a fazer parte da vida da gente e por eles acabamos em situações, conhecendo pessoas e indo a lugares que nunca iríamos. Por exemplo, conhecemos outros fãs que compartilham desse amor e vamos até outra cidade, participar de uma convenção enorme e conhecer pessoalmente quem a gente só via antes através de uma tela de computador.

Como aconteceu com a Cath, de Fangirl (também da Rainbow Rowell), não pude deixar de me identificar com Elena. Até porque também amo Star Wars e acho que a experiência deve ser vivida por inteiro, seja fazendo encontros, seja ficando numa fila enorme com outros fãs e compartilhando essa energia maravilhosa.

Kindred Spirits é sobre isso. É sobre Star Wars e a magia de ser fã. Sobre esse sentimento de gostar tanto de uma coisa que você mal pode se aguentar. Sobre passar por essas de ficar horas na fila, de enfrentar situações estranhas, de sair da zona de conforto por algo da cultura pop que você nem sabe onde estaria se não tivesse conhecido. Sobre se sentir super orgulhoso de saber detalhes que ninguém mais sabe. E por tudo isso eu gostei tanto desse pequeno conto e torço muito para que a Rainbow resolva escrever a história inteira.

Para  quem lê em inglês, o ebook está disponível na Amazon e eu recomendo muito a leitura, é rapidinho e o vocabulário não é difícil.

E vocês, enfrentariam a fila da pré-estréia de algum filme? Tem alguma história de fã boa para contar? Deixa aí nos comentários, vou amar ler.

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31
03
2016

Acabei de Ler: Ligações – Rainbow Rowell

Minha primeira experiência com a Rainbow Rowell foi com o livro Fangirl, mas também já li outros títulos da autora, como Anexos, Eleanor & Park e o mais recente deles, Carry On. O livro Ligações entrou na minha TBR de Março para o projeto #MulheresParaLer e foi o primeiro da autora que eu li em livro físico, até então só tinha lido as obras dela em ebook ou audiobook. Essa é uma história dirigida ao público adulto e devo dizer que, apesar de contar com um elemento meio mágico na história, ainda assim é uma obra que traz uma discussão muito forte sobre relacionamentos e como nós nos vemos dentro deles.

ligacooes

Título Original: Landline
Autor:
Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
Páginas: 304
Adicione: Skoob | Goodreads

Modelo2-4

Georgie finalmente está chegando cada vez mais perto de realizar um sonho muito antigo: ter sua série de TV produzida, a série que ela e o melhor amigo Seth estão escrevendo desde a época da faculdade. Porém, há um problema: o produtor quer que eles apresentem o piloto da série escrito um pouco antes do Natal, o que obriga Georgie a dizer adeus para os seus planos de viajar com a família para visitar a mãe do marido.

Ela está certa de que o marido (que é um pai que cuida da casa e das filhas dos dois) irá ficar bravo mas que cancelará a viagem. Porém, é surpreendida pela atitude dele: ele e as filhas vão na viagem planejada e deixam Georgie para trás. (mais…)

01
08
2014

Acabei de Ler: Anexos – Rainbow Rowell

attachments
Esse foi o terceiro livro que li da autora. Antes dele, já tinha lido Eleanor & Park e Fangirl, que inclusive já falei sobre aqui no blog. Attachments, ao contrário dos outros dois, não pode ser considerado Young Adult, o que para mim é ótimo, para mudar um pouco o tipo de leitura.

(mais…)

30
09
2013

Acabei de Ler: Fangirl – Rainbow Rowell

Eu já fui uma criança normal (nossa, que jeito lindo de começar uma resenha). Não muito normal, mas ainda assim, já fui alguém que gostava de livros e séries de tv de uma maneira considerada aceitável pela maior parte da sociedade. Mas então, no Natal de 2000, minha mãe me deu de presente os dois primeiros livros da série Harry Potter. Como sou uma devoradora de livros, antes do ano novo, os dois livros já estavam devidamente lidos. No meu aniversário de 14 anos, ganhei o terceiro.

Até esse momento, devo admitir que apesar de estar amando muito a história, ainda não tinha nada fora desse estranho conceito que nós temos de “normal”. Estranho e entediante.

Foi após ler o quarto livro, e ficar obviamente muito ansiosa pela continuação da história, que algo despertou em mim. Gosto de dizer que eu já tinha esse gene geek escondido no DNA, mas que foi nesse momento que ele se ativou. Sem nenhuma data para o lançamento do quinto livro da série (para quem não se lembra, entre o lançamento de Harry Potter e o Cálice de Fogo e Harry Potter e a Ordem da Fênix foram três looongos anos), resolvi fazer algo que iria mudar a minha vida: joguei Harry Potter num site de busca (não foi o Google… talvez tenha sido o Cadê?, lembram dele?) e acabei descobrindo as benditas fanfictions.

A partir daí, para encontrar fóruns sobre o assunto, conhecer gente que amava e alimentava minha paixão por Harry Potter e discutir teorias e mais teorias, foi um pequeno pulo. O fandom (uma palavra que até então eu não conhecia) me puxou de uma forma que logo fui encontrando meu lugar nesse pequeno mundo cibernético e, consequentemente, libertei a fangirl que existia dentro de mim. fangirl

O livro de Rainbow Rowell tem como personagem principal alguém com quem obviamente me identifiquei bastante. Talvez não possa dizer que sou parecida com a Cath, mas com certeza entendo o mundo dela. Fangirl acompanha a jornada de Cath, que acaba de ir para a faculdade com sua irmã gêmea, Wren.

Para Cath já é terrível ela ter que lidar com novas e aterrorizantes aventuras diárias, como conversar com gente nova e ter que comer num refeitório, mas o fato de sua irmã querer arranjar outra companheira de quarto e acima de tudo, não querer mais nada com Simon Snow, série de livros (e filmes) que as duas eram ativas no fandom e inclusive sobre a qual escreveram várias fanfics juntas, é para ela o pior de tudo. De repente Cath se vê sozinha e abandonada por aquela que ela achou que sempre estaria ao seu lado.

O interessante do livro é que ele não se limita a contar sobre a vida de fangirl da Cath. Na verdade, a autora explora o porquê de Cath gostar tanto de escrever fanfics, mas não faz disso algo ruim, e sim utiliza o fato para contar sobre a jornada que ela percorre, inclusive de se descobrir como pessoa e como escritora, além de suas fanfics.

É um livro sobre crescimento pessoal, sobre como lidar com as relações familiares, com amizades novas e com situações que podem parecer assustadoras para aqueles que não se sentem à vontade ao lidar com o desconhecido. Consegue, sem ser piegas e sem apresentar soluções mágicas para as vidas dos personagens, parecer real.

Uma leitura leve, divertida e principalmente, perfeita para quem convive no meio de fóruns, é chamado de nerd por gostar demais de alguma coisa e sabe a alegria que é participar ativamente de um fandom. E para quem ainda não sabe o que é, vale a pena para ficar conhecendo e tirar alguns preconceitos da cabeça. mari-transp