04
01
2015

Acabei de Ler: Broadchurch – Erin Kelly

Uma das maneiras de se ter certeza de que a série de TV fez muito sucesso é quando ela vira livro. Foi isso que aconteceu com a brilhante Broadchurch, e como a segunda temporada da série está chegando às telas do Reino Unido no dia 05 de Janeiro, resolvi ler para descobrir quais as informações adicionais que a história em papel trazia para quem já tinha assistido a série, inclusive mais de uma vez.

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Foto: Samara Garcia

A primeira pergunta que eu acho todo mundo acaba se fazendo é: será que é necessário? Não se enganem, o livro conta exatamente a mesma história da série, passando pelos mesmos fatos e com os mesmos personagens. Porém, acho que no caso desse livro em específico, não foi uma decisão ruim, e sim uma maneira de apresentar em outro tipo de mídia os acontecimentos, bem como adicionar a eles certos detalhes que não seriam possíveis de se desenvolver numa série de tv.gif76

Como a maneira que a história no livro é contada é através de um narrador onisciente, são descritos os pensamentos e sentimentos dos personagens. É interessante, porque existem momentos que ao assistir a série dava para entender o que o personagem estava passando, mas ver tudo isso traduzido em palavras, com lembranças pessoais e expressões características de cada um deles, enriquece a experiência.

Ler o livro também faz com que vários detalhes que passaram despercebidos nos episódios fiquem em evidência. Por exemplo, a Maggie, editora-chefe do Broadchurch Echo, ganha novas dimensões. Ela foi uma grande jornalista que tem crimes famosos em sua lista de coberturas. Sua relação com Liz, sua esposa, também acaba ficando mais em evidência, bem como alguns aspectos de seu relacionamento e de sua história profissonal.

Outra personagem que acaba ganhando uma dimensão que acabou não sendo totalmente explorada na série é a Karen White, a jornalista que sai de Londres e vem para Broadchurch para cobrir a história do assassinato de Danny Latimer e principalmente para ir atrás do DI Hardy. É interessante ver como ela entende toda a sua participação no caso do Jack Marshall, e uma cena que infelizmente não foi exibida na série mas é contada no livro é uma cereja no bolo de tudo isso. Mas dá para acabar até entendendo o lado da jornalista, de uma maneira bem realista. gif72

Os personagens principais também são melhores explorados. A relação de Ellie Miller com sua irmã é melhor explorada, bem como seu desenvolvimento, principalmente como ela vai aos poucos mudando a maneira de pensar e vai se aproximando mais do método Hardy. Aliás, eu não achava que a britânica Ellie Miller poderia tomar o lugar dele. Após ler o livro, eu tenho certeza que ela poderia, pois fica ainda mais evidente como ela mudou de postura. Só não sei se isso é um ponto positivo.

gif711E, bem, ler o que andava na cabeça de DI Alec Hardy é algo que faz toda a leitura valer a pena. Claro, vindo de mim isso era de se esperar. Assim como acontece com a Ellie, entender exatamente o que se passava na cabeça de Hardy em determinados momentos não muda a maneira como se vê o personagem, mas acaba ajudando a enriquecê-lo. E o seu desenvolvimento, como aos poucos vai mudando suas opiniões e até sua maneira de lidar com tudo o que se passa a sua volta, é mais elaborado no livro, tem mais detalhes. Sua relação com a Ellie, como ele aos poucos vai dando mais valor a ela e às opiniões dela. Nada que a gente não veja na série, mas ler é uma outra experiência. gif88

E o final então? Ler os pensamentos de Joe Miller é algo nojento. Não há nada explícito, mas a situação por si só é nojenta. Consegue ser ainda pior do que assistir ele afirmando que estava apaixonado pelo menino de onze anos.  E sim, devo confessar que quase chorei lendo as emoções pelas quais a Beth Latimer passa, principalmente quando ela tenta explicar o que está sentindo com a perda do filho. Na série ela é com certeza a personagem que passa o sentimento de dor melhor, mas no livro isso é amplificado. gif813

Ler o livro foi muito interessante, já que eu sou fã da série e mal posso esperar pela segunda temporada. E com certeza trouxe várias novas informações, inclusive os nomes da ex-esposa e da filha do Hardy e da vítima de Sandbrook e dos pais dela. Ah, e tem até uma explicação para aquele carteiro que o Jack Marshall fala que viu brigando com o Danny, e que no fim parece que foi algo para despistar a investigação. É, existe uma razão. O Jack Marshall não tinha mentido e nem se confundido sobre isso.

Recomendo para quem assistiu Broadchurch ler o livro. Talvez não seja necessário, mas não faz nenhum mal e é algo novo para quem amou a série e uma ótima leitura até para quem nunca assistiu. mari

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1 Comentário
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Robson
Robson
3 anos atrás

ola, estava pesquisando sobre o livro (nem sabia que existia) e cheguei neste blog, assim surgiu essa vontade de degustar mais uma pouco desta série,assisti as 3 temporadas terminei ontem e vendo a última cena da Coleman e do Tenant indo cada um para um lado, me senti triste pois chegou ao fim, me senti criança com uma sensação de despedida, pois 4 temporada creio que não vai existir, alias assistindo acabamos por ter a sensação que somos daquela cidade, vivendo a angústia daquelas pessoas, cada personagem com seus alíbis, falsos ou não uma excelente série que gostei muito.