01
05
2012

Os Livros de Abril

Quarto mês do ano passou correndo, e ainda bem, consegui colocar um pouco mais em dia as minhas leituras. Claro, para me encorajar um pouco mais, comecei o projeto “50 Páginas ou Mais”, cujo título é bem auto-explicativo e por isso nem fiz um post sobre ele. Basicamente, o projeto consiste em eu ler pelo menos 50 páginas por dia do atual livro que estiver na cabeceira da minha cama. Sem mais, sem menos. Depois, eu estou mantendo um tipo de “Diário de Leitura” lá no meu Livejournal, e quem quiser pode acompanhar o meu progresso e ver pequenos comentários sobre os livros que estou lendo por lá. Estou tentando manter meus comentários “spoiler free”, então pode ler tranquilo.

O primeiro livro do mês foi o lindo, maravilhoso, “O Circo da Noite” da Erin Morgenstern. Gostei muito do livro (que inclusive tem resenha aqui), principalmente por ser um livro bem poético. Gostei também como os cenários são parte da história, se confundem com os personagens… até as cores nesse livro acabam tendo um significado maior. Não vou me estender muito, afinal já escrevi tudo sobre ele na resenha, mas fica aí a dica. Segundo livro do mês foi Feios, o primeiro livro da trilogia do autor Scott Westerfeld. Quando eu li “Amores Infernais” lá no começo do ano, me apaixonei pelo conto do autor, “Abominável Mundo Perfeito” e devo admitir que foi por causa desse conto que fui atrás de ler “Feios”. O primeiro livro da série, que conta a história de Tally, uma menina que vive numa sociedade futurística onde todos são submetidos a uma cirurgia aos 16 anos para ficarem basicamente perfeitos, é muito bom. A trama principal se concentra na amiga que Tally faz poucos meses antes de sua cirurgia, a Shay. O problema é que Shay não acha a cirurgia essa maravilha toda que todo mundo acredita ser e mostra para Tally que existem opções.

Bem, não vou dizer que é um livro pelo qual me apaixonei na sua integralidade: existiram partes que eu devo confessar, me irritaram um pouco. Mas no fim até achei que eles explicaram a maioria das minhas dúvidas e por isso (e também porque eu já tinha comprado a trilogia inteira) acabei decidindo continuar a ler a série. O terceiro livro do mês foi o segundo livro da série, “Perfeitos”. Eu sinceramente queria que as explicações fossem um pouco melhores. Mas acho que depois de ler “Jogos Vorazes”, você acaba sendo mais exigente com qualquer outra distopia que acabar nas suas mãos. Nesse livro Tally passa pela cirurgia e vai morar em Nova Perfeição. O livro então se concentra em como os acontecimentos do final do primeiro livro vão influenciar na vida e nas escolhas de Tally como perfeita. Nesse livro conhecemos Zane, um perfeito que teve a chance de escapar da cirurgia, mas que acabou desistindo de última hora. As aventuras de Zane e Tally em Nova Perfeição são ótimas, mas a grande fuga dos dois é melhor.

De novo, existiram partes que eu gostei, achei ótimas, e outras que sinceramente achei meio chatas. A explicação de como acontecem as pesquisas para que se desenvolva a cirurgia é muito boa. Mas o final desse segundo livro me incomodou um pouco, principalmente por ser basicamente o final do primeiro, só com algumas circunstâncias diferentes. Aí você chega no último livro da série, Especiais, que na minha opinião tem a capa mais bonita dos três, e… se decepciona. Acho que essa foi minha pior decepção do ano até agora. Por mais que existissem alguns pontos em “Feios” e em “Perfeitos” que eu não fosse a maior fã, ainda assim achei bons livros. Mas Especiais… bem, não bateu com meu gosto de leitura, achei a personagem principal especialmente fraca e o fim que o autor dá para ela bem decepcionante. Nesse livro, Tally é uma Especial, alguém que passou por uma cirurgia e vira um tipo de super humano, com visão infravermelha, super velocidade, ossos de cerâmica flexíveis e mais resistentes… até um software interno que a ajuda a se recompor e a se curar ela tem.

Só isso já me deixou com um pé atrás a respeito do livro. Depois, a Shay (que nunca foi uma personagem que me agradou muito, para começo de conversa) acaba aparecendo demais nesse livro, o que me irrita. E aí tem o fim, que eu não vou comentar aqui por medo de soltar algum spoiler sério, mas que eu posso dizer que quase não acreditei quando eu li. Enfim, não gostei.

E esses foram meus quatro livros lidos em abril. Em maio, é quase certo que eu só vá ler livros em inglês: nas duas últimas semanas, chegaram seis livros aqui em casa, entre eles “Dash & Lily’s Book of Dares” da Rachel Cohn e do David Levithan (o mesmo autor que escreveu “Will Grayson, Will Grayson” com o John Green), “The Fault in Our Stars” do John Green,  e “The Scorpio Races”, da Maggie Stiefvater. Ou seja, terei bastante material de leitura em maio.

E vocês, quais livros leram em abril?

21
04
2012

Acabei de Ler: O Circo da Noite – Erin Morgenstern

Sob suas tendas listradas de preto e branco uma experiência única está prestes a ser revelada: um banquete para os sentidos, um lugar no qual é possível se perder em um Labirinto de Nuvens, vagar por um exuberante Jardim de Gelo, assistir maravilhado a uma contorcionista tatuada se dobrar até caber em uma pequena caixa de vidro ou deixar-se envolver pelos deliciosos aromas de caramelo e canela que pairam no ar. Por trás de todos os truques e encantos, porém, uma feroz competição está em andamento: um duelo entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, treinados desde a infância para participar de um duelo ao qual apenas um deles sobreviverá. À medida que o circo viaja pelo mundo, as façanhas de magia ganham novos e fantásticos contornos. Celia e Marco, porém, encaram tudo como uma maravilhosa parceria. Inocentes, mergulham de cabeça num amor profundo, mágico e apaixonado, que faz as luzes cintilarem e o ambiente esquentar cada vez que suas mãos se tocam. Mas o jogo tem que continuar, e o destino de todos os envolvidos, do extraordinário elenco circense à plateia, está, assim como os acrobatas acima deles, na corda bamba.

Há muito tempo não lia um livro como “O Circo da Noite”. Essa é uma história de amor, um Romeu e Julieta cheio de encanto e magia que acaba trazendo um mundo impressionante à imaginação de quem a lê. Com certeza, se tivesse que definir esse livro em uma única palavra, seria rico.

Não há dúvidas, a história é rica em detalhes, em descrições, em magia e em sentimentos. Tudo é muito bem planejado, até a descrição do circo, todo em preto e branco, das suas tendas e das sensações que passam seus expectadores… Nada está ali por acaso, cada detalhe, por menor que possa parecer, serve para complementar a história.

Dito isso, devo avisar aos meus quatro leitores (se você é o quinto novato, se manifeste nos comentários e seja bem vindo!): essa não é uma leitura leve. Não digo que seja pesada por conter muita violência ou temas adultos, mas sim porque é uma leitura que deve ser saboreada. Esse livro foi o primeiro que li dentro do projeto “50 Páginas ou Mais”, em que me comprometi a ler ao menos 50 páginas por dia e postar sobre meu avanço na leitura diária no meu Livejournal, e garanto que raramente cheguei a ler mais de 50 páginas por dia. Achava melhor ler com calma, pois perder um detalhe é perder uma parte da história.

Essa narrativa é bastante visual, contendo muitas informações a respeito do cenário, que podem parecer uma bobeira para quem não está acostumado, talvez até seja cansativo, mas as descrições a respeito do cenário ou mesmo do que vestem os personagens influem muito na história, por isso deixo a dica: se quiser vivenciar a magia desse livro por completo, mergulhe nele e em seus cenários.

Definitivamente, vale a pena a leitura.