27
01
2016

[Clube do Livro Geek] Ubik – Philip K. Dick

Li um livro bem diferente do que costumo ler para o Clube do Livro Geek: Ubik, do Philip K. Dick. Nunca tinha ouvido falar dele antes de ser o escolhido para a primeira leitura do grupo e achei interessante para expandir meus horizontes literários. Ubik é um livro de ficção científica hardcore que foi publicado em 1969 e onde o autor imagina um futuro distante, 1992, quando se passa a história.

Um dos pontos mais intrigantes do livro é como você é jogado, sem dó nem piedade, no meio do universo construído pelo autor. Não existe uma introdução ou qualquer explicação acerca das particularidades do mundo em que os personagens vivem. Basicamente, dá para imaginar o autor  jogando o leitor no meio da história e quando grita por socorro, o Sr. Dick grita de volta: “Se vira!”.

ubik2Título Original: Ubik
Autor: Philip K Dick
Editora: Aleph
Páginas: 240
Avaliação: 4/5
Site: Editora Aleph
Adicione: Goodreads – Skoob

Num primeiro momento, não gostei nada disso. Queria qualquer tipo de explicação acerca do que eram o precogs ou como funcionava a empresa de Glen Ruciter, um dos personagens principais, mas simplesmente não havia explicação nenhuma. Porém, ao insistir na história, pude ao pouco juntar as peças do quebra-cabeça, e aí comecei a admirar essa nova forma de se contar a história.

Também devo dizer que não li nenhum tipo de sinopse da história. Mesmo aquela do Goodreads já condensa bem os pontos principais do enredo, mas acho que a experiência foi bem mais interessante dessa maneira como fiz.

ubik

O livro tem muitos pontos fantásticos, como a construção de mundo e do que seria a meia-vida, um estado entre a vida e a morte onde as pessoas podem se comunicar com aqueles que ainda não se foram através da tecnologia. Algo que achei admirável também é como tudo que é contado tem sentido, está ali por uma razão e não por acaso ou, pior ainda, para encher linguiça.

Porém, um dos pontos mais fracos na trama diz respeito ao desenvolvimento e aproveitamento dos personagens. São muitos e tem suas características pessoais, mas por não serem bem explorados, acabam virando um ente único na mente do leitor. Particularmente, gostaria de ter conhecido mais a Pat Conley e seu poder único, mas o autor apenas pincela por ele utilizando-se da desculpa que ninguém saberia ao certo o alcance de suas habilidades.

Achei o Joe Chip um ótimo narrador, mas ainda teria apreciado melhor a história como um todo se houvessem menos explicações científicas (são muitas, razão pela qual classifiquei a obra como ficção científica hardcore) e mais aproveitamento de cada um dos personagens.

O final é bem satisfatório e acredito que o autor tenha conseguido explicar bem o enredo e levado o leitor até um ponto onde se consegue visualizar a história como um todo. Talvez, lendo pela segunda vez, a trama pareça mais completa.

Por fim, foi sem dúvida uma experiência interessantíssima e uma ótima introdução ao mundo mais sério do sci-fi.

Vocês já leram livros assim? Gostam do gênero?

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