Laura Lee Guhrke foi uma autora que eu li bastante, mas infelizmente a maioria dos livros que li foram em inglês. São poucas das suas obras que foram publicadas no Brasil. Aliás, a única outra obra que me lembro de ter lido em português foi Muito Mais que Uma Princesa. Mesmo assim era o terceiro ou quarto livro da série. Lembro claramente de ter ido atrás dos demais livros em inglês para ler na ordem. A Verdade Sobre Amores e Duques me pegou de surpresa com sua publicação. Portanto, decidi ler e contar para vocês.
Título Original: The Truth About Love and Dukes
Autor: Laura Lee Guhrke
Série: Querida Conselheira Amorosa #1
Editora: Harlequin Books
Páginas: 320
Adicione: Skoob | Goodreads
A Verdade Sobre Amores e Duques
O casal principal é Henry Cavanaugh, o Duque de Torquill, e Irene Deverill, uma mulher que foge do esperado pela sociedade. Enquanto ele anseia por uma vida regrada, ela dirige um jornal de sucesso que publica muitas fofocas.
É preciso lembrar que essa história se passa numa época um pouco mais moderna do que a maioria dos romances históricos. Por isso, apesar de ainda não completamente aceito pela sociedade, as mulheres já começavam a trabalhar. Algumas em posições de liderança. Aliás, até mesmo a discutiam seus direitos a votar. Aqui as mulheres já tinham algum direito a propriedade, embora de maneira tímida.
Deixo isso claro porque estamos condicionados a imaginar todos os romances históricos como aqueles que se passam na época de Jane Austen. A realidade, porém, é muito mais plural do que isso. Pouco a pouco, a situação das mulheres foi se alterando. E existem várias obras que relatam essa mudança.
Isso explicado, as vidas desses dois começam a se entrelaçar quando a mãe de Henry escreve para a coluna de conselhos amorosos do jornal de Irene. A duquesa se apaixonou por um artista italiano e quer se casar com ele. Porém, obviamente a família não aprova, pois será um escândalo na sociedade. Lady Truelove, a conselheira, acaba dizendo para a duquesa seguir seu coração e aceitar o pedido. Ela segue o conselho, fugindo de casa e deixando o filho, Henry, ávido por explicações.
Henry vai bater na porta do jornal de Irene. Mas claro que ela não poderia simplesmente passar todas as informações ao duque. E aí a confusão toda começa.
Sobre o Romance
Um dos grandes diferenciais dessa história é definitivamente Irene e a situação das mulheres em geral. Sim, a sociedade ainda tem bastante peso, mas a maneira como as mulheres são vistas já está mudando. Então, mesmo com muitas dificuldades, o horizonte feminino começa a se expandir. Agora, já é possível, por exemplo, que uma mulher vá à faculdade. Mesmo que isso só seja possível se um homem a estiver patrocinando, é um pequeno avanço.
É essa diferença que faz Irene uma personagem interessante. Envolvida nas lutas para que as mulheres tenham o direito ao voto, ela quer algo diferente para si. Ela é independente, na medida do possível. Ainda que tenha que se sujeitar ao pai, um alcoólatra com um péssimo tino para negócios, ainda assim tomou as rédeas da situação. E não vai deixar tudo isso de lado por um casamento.
Não que Henry não seja também um bom personagem, é só que ele acaba sendo o homem ainda preso a certas convenções da época e precisa se adaptar. E essa adaptação não é fácil. Claro, por ser um romance, aqui Henry acaba aprendendo. E algumas de suas opiniões acabam mudando completamente.
Eu acabei gostando bastante do livro. Laura Lee Guhrke continua a ser uma ótima autora para livros desse gênero. Fora que é sempre bom quando a história muda um pouco, saindo da mesmice.
Vocês já leram algum livro desse tipo?