Mais um sábado, mais um episódio de Doctor Who novinho em folha. O dessa semana foi Cold War, escrito pelo Mark Gatiss, e se passa na época (você adivinhou) da Guerra Fria. E óbvio que o Doctor e sua companion Clara foram parar no meio da confusão, não é mesmo?
Esse foi o episódio mais molhado que eu me lembro de ter assistido em Doctor Who. Isso porque ele se passa num submarino soviético, totalmente armado com mísseis nucleares, que está afundando. O mais impressionante porém é o novo passageiro do submarino: um Ice Warrior (Guerreiro do Gelo), que é um autêntico marciano. Ele ficou congelado por 5000 anos antes de ser encontrado pela tripulação do submarino. O problema é que um dos tripulantes começa a descongelá-lo antes da hora, e aí a confusão começa.
No meio de toda a confusão, com o submarino afundando cada vez mais nas profundezas do oceano, adivinha quem chega para a festa em Las Vegas? Isso mesmo, o Doctor materializa sua TARDIS no meio do submarino, errando um pouco seu destino. E acaba tendo que ficar e ajudar a tripulação do navio, já que não só existe um alien perdido por ali, mas sua TARDIS simplesmente desmaterializa, abandonando o Senhor do Tempo.
Entre o alien se sentir ameaçado, achar que foi abandonado pela sua raça quando seu pedido de resgate não é respondido, e decidir que seu último ato será acabar com a Guerra Fria a aquecendo e transformando o planeta Terra em um segundo Planeta Vermelho, tingido pelo sangue da raça humana, é um pulo.
A Clara tenta ajudar, já que é a única que não seria uma ameaça, já que não tem cheiro de soldado, mas o Ice Warrior acaba deixando para trás sua armadura de guerra e começa a caminhar por dentro das paredes do submarino. O Doctor tenta de todas as maneiras convencê-lo de que eles não são seus inimigos, e que não há necessidade de atacá-los, mas sempre tem um humano tonto com uma arma na mão para prová-lo errado.
Isso foi um ponto que me incomodou um pouco durante o episódio: será que não seria perigoso atirar dentro de um submarino? Não um simples submarino, mas um submarino cheio de mísseis nucleares? Com água caindo por todos os lados?
Outra coisa que me deixou intrigada: o personagem do Professor. Ele é o responsável pelo descobrimento do Ice Warrior, que ele só recolhe e coloca no submarino porque acredita ter encontrado um mamute. Ele gosta muito de música… britânica. O que me parece estranho para um russo envolvido em uma missão militar no meio da Guerra Fria, mas whatever, isso é Doctor Who. E por que um submarino russo que estava fazendo testes com mísseis nucleares tem na tripulação um Professor? Isso eu achei meio estranho, mas talvez fosse comum.
Fora esses pontos, o personagem do Professor foi o responsável pelos momentos mais leves do episódio, principalmente quando tenta distrair a Clara, perguntando para ela a respeito do destino da banda Ultravox.
A Clara está conseguindo me ganhar… ela e o Doctor tem momentos bem bonitinhos, e é uma graça de assistir. Ela quer muito fazer a coisa certa, procura a aprovação do Doctor a todo momento, e é sua compaixão que acaba convencendo o Ice Warrior a ter misericórdia quando finalmente seu resgate chega e ele resolve desarmar os mísseis nucleares.
Existem algumas conexões com a série clássica, tanto o próprio Ice Warrior quanto o fato de que o Doctor resetou o sistema HADS (Hostile Action Displacement System) da TARDIS, que é o que faz a TARDIS, quando em um lugar perigoso, desmaterializar e ir para um lugar seguro. Acho que para um fã da série clássica que cresceu assistindo Doctor Who, deve ter sido um momento e tanto vê-los de volta à tela.
No mais, devo confessar: foi um episódio, para mim, chato. Cheio de ação, sim, mas com tanto barulho e tanta luz piscando que a história sofreu. Não foi um episódio ruim, mas é um daqueles episódios (e toda temporada tem episódios que caem nessa categoria) que você esquece que existiu no fim das contas. Mas muita gente deve ter adorado…