Categoria "Papo Sério"
20
03
2017

Parceria: O Que Eu (E Todo Blogueiro Literário) Gostaríamos

Todo começo de ano, várias editoras abrem processo de seleção de blogs parceiros. Na maioria das vezes, esses blogs receberão alguns livros durante o ano para que produzam conteúdo sobre eles. É uma forma da editora mostrar seu produto diretamente para o seu público-alvo. Como meu blog fala bastante sobre livros (embora não seja exclusivamente literário) eu me inscrevo para alguns deles. Seria uma maneira de trazer conteúdo novo para vocês, leitores. Mas são seleções para parceria bem concorridas e vamos aos poucos colecionando os “nãos” que levamos.

 

Nessa última semana, porém, um desses resultados me levou a pensar no que exatamente constitui essas parcerias. Todos os blogs que não foram selecionados receberam um e-mail anunciando que existiriam 3 vagas remanescentes e que quem quisesse produzir conteúdo sobre a editora e seus livros poderia preencher um formulário. Só que isso pegou bem mal, porque parece que a editora quer divulgação gratuita sem a necessidade de qualquer contrapartida.

Essa não é uma discussão nova. Afinal, o que seria uma verdadeira parceria entre blogueiro e editora? Parceria significa um acordo que traz benefícios às partes envolvidas, porém não é o que temos visto na prática. Para muitas editoras, essas “parcerias” significam o envio de alguns livros por ano para ser assunto do post. Mas o simples envio de um livro (que normalmente custa em torno de R$ 30,00) não seria suficiente para pagar o valor de um publieditorial na maioria dos blogs.

As editoras não são benfeitoras, distribuindo livros de graça. Muito pelo contrário, estão recebendo o benefício da divulgação. E na maioria das vezes, não se dão ao trabalho sequer de divulgar o trabalho dos blogs parceiros em suas redes sociais.

O trabalho do blogueiro parceiro é frequentemente desvalorizado. O que coloca mais sal na ferida é saber que os blogs maiores recebem os mesmos kits sem nenhuma obrigação. Que parceria é essa?

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16
02
2017

Regras Para Ser Um Bom Fã De Qualquer Coisa

Você já viu por aí aquele bendito meme Raiz vs. Nutella. Aquele que diz que qualquer coisa raiz é muito mais bruta e real do que a mesma versão Nutella. Basicamente, algo raiz é aquele mais antigo, que sabe todos os detalhes e o algo Nutella é o modinha. O meme tem várias versões onde você pode entender o que é um leitor raiz, que só lê clássicos, em comparação com o leitor Nutella, que lê todas as séries que estão sendo lançadas. Ou o que é ser criança raiz, que brincava na rua, e criança Nutella, que fica só no video game. E temos, claro, a versão com o fã.

Sinceramente, achei o meme bem bobo. Mas algumas versões são até bem engraçadas. Conforme o meme foi virando febre, algumas versões acabaram virando uma maneira de algumas pessoas se sentirem melhor do que outras. Foi aí que surgiu a versão do fã raiz vs. o fã Nutella. E vou confessar, isso me incomodou bastante. Principalmente porque é algo que vem me deixando inquieta há algum tempo.

Ser fã quer dizer amar alguma coisa. Pode ser um filme, um livro, uma série… Mas conforme a gente vai se envolvendo com a comunidade na internet, vai percebendo que tem gente colocando requisitos. Em alguns casos, para ser fã, você precisa passar por um teste de conhecimento. Não é suficiente gostar daquilo. É necessário que você saiba tudo sobre o assunto. E ai de você se errar. Vira piada. E eu fico pensando… Por que?

Ser fã devia ter a ver com paixão. Aquele sentimento que faz você querer ler e reler o mesmo livro. Aprender mais sobre o assunto, também. Mas não ter que memorizar tudo, como algumas pessoas na internet querem fazer parecer. Não entendo a finalidade de se tirar toda a leveza de ser fã.

Por isso, se você ama alguma coisa, ame-a do jeito que você quiser. E só isso já te faz fã. Não se deixe levar por gente que diz que você tem que assistir todas as temporadas. Que tem que saber o nome de todos os atores. Se você quiser, aprenda mais sobre o assunto. Respeite tudo o que faz respeito ao filme, livro ou série que você tanto gosta. Respeite os fãs que demonstram sua paixão aprendendo todos os detalhes. Mas não acredite que essa é a única forma de ser um bom fã. Quem decide como gostar de algo é você. Não desrespeitando nenhum dos aspectos e entendendo que cada pedaço da história faz parte daquilo que você ama, a decisão é sua.

A única regra para ser um bom fã é amar aquilo do que se diz ser fã. Ponto final.

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06
07
2016

O Que Você Precisa Saber Para Ter Um Blog

Já estou planejando esse post há algum tempo e sinto que finalmente chegou a hora. Nós precisamos falar sobre blogs. Mais especificadamente, sobre o que você necessita ter em mente se quiser ter um blog. blog

Tem muitos blogs na internet. É só observar por aí, são os mais variados temas, tipos de escrita… Começar um blog é relativamente fácil. Existem várias plataformas que oferecem o serviço de maneira gratuita. Basta escolher o nome, fazer um cadastro e bang: você tem um lugar na internet. Se por um lado isso é muito legal, por outro significa que a atenção do leitor é muito disputada.

O problema maior é que muita gente quer ter um blog pelos motivos errados. Como já sou uma veterana no assunto (o Pequenos Retalhos existe desde 2011, mas tive outros antes dele), resolvi unir nesse post algumas dicas para você, que quer ter um. São coisas simples que você deve ter em mente antes de se jogar nesse universo. Vamos lá?

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22
06
2016

A Arte de Ser Gentil Na Internet

Que internet é um meio de comunicação indispensável, ninguém pode negar. Ninguém quer voltar ao tempo da internet discada, né? Mas infelizmente nem tudo são rosas no mundo virtual. Muita gente mal intencionada, muita notícia falsa e muita gente sentindo prazer em humilhar os outros. Esse último tipo de pessoa acaba me deixando bem confusa. Por que tem gente que se diverte sendo mal educada de forma gratuita na internet? gentil01Mesmo no Twitter, com seu limite de 140 caracteres por mensagem publicada, as pessoas conseguem dar umas respostas que chegam perto da pura crueldade. Eu não nego, existem muitas perguntas sem noção, muitas “opiniões” que são preconceituosas. Mas também existem várias interações que é fácil perceber que a pessoa só quer mesmo fazer uma pergunta. E já vi muitos perfis no Twitter, alguns que nem são pessoais mas sim perfis de sites, respondendo de forma mal educada. Por quê? 

Qual o problema de ser gentil?

Às vezes penso que para algumas pessoas, ser gentil é sinônimo de fraqueza. Ou ainda que pelo seu número de seguidores ser alto, podem dar a resposta que quiserem. Não é bem assim. Afinal, uma resposta gentil não custa nada. E se não puder dar uma resposta gentil… Por que não ignorar a pergunta?

Às vezes, ser mal educado é sinônimo de status.

Basicamente, ao tirar sarro das fraquezas de alguém, o indivíduo sente-se mais forte. Estou falando no mundo virtual, mas não é difícil observar o mesmo comportamento no mundo real. Na época do colégio, sempre tem aquele aluno que sofre bullying dos colegas. Seja pelo seu jeito, seja pela forma como fala ou se veste, ou pelo seu corpo.

No mundo virtual, porém, a situação consegue ser pior. Mesmo que a pessoa se afaste das redes sociais, um simples post no Facebook pode rodar o mundo. Um vídeo no YouTube, ainda mais se for tirando sarro de alguém, pode atingir milhares de visualizações num único dia. O que antes acontecia numa roda de amigos agora acontece numa escala mundial. De repente, até o grupo de crochê da sua avó está comentando o assunto.

E qual o sentido de tudo isso?

A verdade é que deixar de ser gentil com alguém não vai fazer de você uma pessoa melhor. Tirar sarro da dúvida sincera de alguém não faz ninguém mais inteligente. Responder com um coice verbal só faz de você um cavalo.

Como você anda tratando as pessoas na internet? Será que a sua forma de ser engraçado não está magoando alguém? Não se esqueça que por trás de um perfil numa rede social, existe alguém. E você só vê dessa pessoa o que ela deixa você ver. Você nunca vai saber exatamente tudo o que ela está passando. E uma palavra sua pode afetar bem mais do que você imagina.

gentil

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10
06
2016

Você Precisa Mesmo de Um Relacionamento?

Dia dos namorados chegando e é aquele desespero na timeline do Facebook, do Twitter e na rodinha de amigos: quem está namorando, sai caçando ideias para ter um dia dos namorados especial, e quem está solteiro, começa a querer achar um parceiro o mais rápido possível, para não ficar sozinho no dia mais romântico do ano. Eu, porém, comecei a me perguntar: será que todo mundo precisa mesmo de um relacionamento?relacionamento (mais…)

02
05
2016

[Blogueiros Geeks] No tempo da Internet Discada…

Você já deve ter visto por aí a tag #internetjusta, não é? O movimento surgiu depois que algumas operadoras, como a Vivo, anunciaram que iriam fazer valer uma cláusula que existe em seus contratos que autoriza a diminuição da velocidade ou até o corte do fornecimento de internet na banda larga, da mesma maneira que acontece com os planos de celular. E aí o assunto entrou em discussão, afinal isso faria grande parte da população voltar ao tempo da internet discada.discada01

Particularmente, acredito que essa seja sim uma maneira de boicotar os serviços de streaming, como por exemplo a Netflix, que tem tomado boa parte dos espectadores da TV a cabo. O interessante é que em momento algum se falou em melhoria no serviço, ou em explicações sobre todas as quedas no fornecimento de internet ou em como a velocidade contratada nunca é a efetivamente oferecida. E aí, seria justo?

Enfim, a Anatel se pronunciou proibindo, temporariamente, as operadoras do serviço de internet banda larga de diminuir a velocidade ou cortar o serviço contratado. A verdade é que outras questões entraram em discussão, inclusive se essa ideia de tirar a internet do cidadão não seria uma forma de repressão, já que a maioria das manifestações populares, cada vez mais comuns nesses tempos de instabilidade na política, são combinadas através da internet. É por isso que hoje, um dia antes do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa (03/05), vamos relembrar algo importante.

Se essa ideia das operadoras vingar (já que a proibição da Anatel é temporária) voltaríamos basicamente ao tempo da internet discada. Não sei quantos de vocês são dessa época, mas eu basicamente vi a internet entrar na minha casa. Eu devia ter uns sete anos, e todo mundo começava a comentar sobre uma rede mundial de computadores que estava chegando para revolucionar toda a comunicação.

Mas lá no comecinho, a gente não tinha essa internet rápida, não senhor. A gente precisava ter um computador e um CD para instalar o programinha que ia fazer seu computador se conectar na internet. E aí você instalava o bendito Discador. E era exatamente isso que ele fazia: ele discava para o provedor para conectar-se à internet através da linha telefônica.

E gente, como isso era demorado. Como isso vinha cobrado direto na conta de telefone, a gente só podia entrar na internet aqui em casa depois da meia-noite e aos finais de semana, que era quando só era cobrado um pulso. Era uma briga, como vocês podem imaginar, já que aqui em casa somos em três irmãos e só um computador podia se conectar por vez (não que a gente tivesse mais de um computador, que na época era algo muito caro, e celulares com acesso à internet era ainda apenas assunto de filmes de ficção científica).

E quando alguém tinha que fazer uma ligação, então? Lá ia a gente, desconectar o computador, esperar a pessoa ligar… Fora que para abrir qualquer página demorava às vezes até dez minutos. Se houvessem muitas imagens, então, esquece. Era mais fácil a internet cair primeiro. Porque sim, a ligação caía com uma frequência assustadora. Fazer download de arquivos de áudio de dois minutos podia demorar horas. Quando o arquivo era um pouco maior, não era incomum que o tempo estimado para download ultrapassasse anos. Isso mesmo, ANOS. Não demorava anos, claro, até porque se realmente demorasse ninguém ia conseguir fazer nada, mas como a velocidade era instável, isso acontecia.

Todas essas lembranças ficaram num passado remoto. Ou pelo menos deveriam, ainda mais porque agora dependemos da internet para tudo: para fazer declaração de imposto de renda, para mexer na conta do banco, fazer inscrições em concurso… E agora, querem tirar isso da gente, alegando que está no contrato. Mas será que é justo?

E aí, alguém lembra dessa época da internet discada e dos CDs do Uol que vinham até em revista?

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25
03
2016

Quando Mudar é Necessário

Começo já logo de cara esclarecendo algo muito importante sobre mim: não gosto de mudanças. O que pode parecer estranho, já que quem me conhece sabe que eu amo viajar, conhecer novos lugares, experimentar comidas diferentes… Parece lógico que para alguém assim, a mudança viria sempre bem-vinda, não é? Bem, comigo não é assim. mudanca

Prezo demais meu conforto, e mudar significa estar preparado para sair dessa zona de conforto que nos envolve. Não gosto de confrontações, não gosto de imprevisto, abomino imaginar situações em que tudo não aconteça de acordo com o meu roteiro, em que exista a simples possibilidade de tudo dar errado. Temo a hora em que as pessoas vão virar para mim e dizer “eu te avisei”. Odeio a ideia de que posso desapontar alguém.

Claro, isso tem tudo a ver com a minha ansiedade. Sou ansiosa ao extremo e passo horas imaginando absolutamente tudo o que pode dar errado. Calculo todas as possibilidades, e sempre para o pior. Acabo adiando tudo de importante que tenho que fazer porque simplesmente não consigo me acalmar o suficiente para sequer admitir que, ao contrário do que minha mente louca insiste em me dizer, as coisas podem dar certo sim.

Depois disso tudo, não é difícil entender toda a minha relutância em enfrentar uma das maiores mudanças na minha vida: quando eu passei num concurso público e tive que morar fora de casa. Eu tinha vinte anos, estava no terceiro ano da minha faculdade e tinha prestado alguns concursos, sem muita esperança de que realmente fosse passar em algum. Mas aconteceu e com a nomeação num cargo público veio a necessidade de ir morar em outra cidade e, mais do que isso, sair do conforto da casa dos meus pais.

Até então, tudo o que eu fazia não tinha efetivamente significado grandes mudanças: eu entrei numa faculdade pública perto de casa, nunca tinha morado em outra cidade, fazia estágio… Mas era tudo muito tranquilo. Nada tinha me obrigado a mudar tanto. Eu não sabia nem ao menos  mexer com o caixa eletrônico.

Meus pais me incentivaram muito a assumir o cargo. Eles diziam que seria bom para mim, que a faculdade podia esperar, dava para trancar a matrícula, eu nem iria tão longe de casa assim, conseguiria vir para casa todo final de semana… Mas a minha imaginação já me colocava nas mais terríveis situações, onde eu não conseguiria atender às expectativas de todos, onde eu seria um completo fracasso, uma decepção total.

Mas a vida às vezes te dá  uma rasteira e você não tem muita escolha. Nem mesmo minhas explosões de choro ou minhas noites em claro foram capazes de impedir a mudança e eu fui. Acabei caindo numa cidadezinha do interior que nunca tinha ouvido falar antes. E posso dizer?

Foi uma das melhores coisas que me aconteceram na vida.

O local onde eu acabei indo trabalhar não poderia ter sido melhor para alguém que mal sabia como cuidar de si mesma. As pessoas foram as melhores possíveis e tiveram muita paciência na minha adaptação. Fiz amizades que continuam até hoje, gente que eu sempre estou me lembrando com carinho e que faço questão de ver sempre que posso. Foi um aprendizado muito bom, sobre eu mesma, sobre o que eu conseguia fazer, que sim, eu posso.

Não sei onde estaria se não tivesse enfrentado o bicho de sete cabeças que essa nova etapa parecia para mim. Eu teria aprendido tanto? Talvez, porque hora ou outra eu teria que passar por esse tipo de situação. Mas que bom que aconteceu quando aconteceu.

Por isso, não posso deixar de frisar: sim, há momentos nas nossas vidas em que a mudança pode parecer medonha, mas ela é necessária. Eu não deixei de ter medo de mudanças ou de querer fugir delas sempre que possível, mas já estou um pouco mais confiante nesse sentido.

E quem sabe que mudanças virão nesse ano de 2016?

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13
03
2016

Minha Autora Favorita

Esse é o último dos posts dessa semana especial para comemorar o Dia Internacional da Mulher. Para fechar a semana com chave de ouro, hoje o post foi inspirado por mais um dos temas sugeridos para esse mês no grupo Blogueiros Geeks: minha autora favorita.

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Quem leu a tag que eu respondi sobre Mulheres na Literatura já sabe sobre quem eu vou falar por aqui: JK Rowling, a autora da série Harry Potter. Não poderia ser diferente. Pode parecer exagero para alguns, mas sim, eu posso dizer com segurança que Harry Potter mudou minha vida. Não tanto no sentido de que a história tenha feito um impacto tamanho que eu mudei de vida drasticamente, mas sim no sentido de ter conhecido pessoas que me fizeram vislumbrar oportunidades que antes eu não teria visto. Esse blog é um dos vários exemplos disso.  (mais…)

12
03
2016

Afinal, O Que Nós Queremos?

Essa é uma pergunta que nós, mulheres, não temos ouvido o suficiente. Muitas de nós já não ficam caladas diante de alguns absurdos considerados normais pela sociedade em geral (em especial, por sua parcela masculina). E essa falta de anuência, de concordância, tem provocado muitas reações agressivas, chegando a ultrapassar limites. E aí vem a história do “é tudo mimimi”, porque é mais fácil responder isso do que tentar entender o que, afinal, nós, mulheres, queremos.

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Vou responder por mim, mas tenho certeza que a maioria das mulheres concordaria comigo na maioria das respostas.

Eu quero que parem de responsabilizar as minhas roupas ou atitudes pelas ações dos homens ao meu redor. Quero que quando for à delegacia denunciar um estupro, nunca me perguntem o que eu estava usando, porque não importa. Que quando eu diga não, o meu parceiro pare e respeite a minha decisão.

Eu quero que entendam que o corpo é meu. E não, assovios e gritos de “gostosa” no meio da rua nunca serão elogios. Também quero poder usar o que eu quiser, ao invés de ter mil e uma pessoas na minha cabeça ditando regras. Quero poder usar meu cabelo comprido/curto/colorido ou de qualquer outra maneira que eu preferir, sem ser julgada por isso.

Eu quero ser reconhecida. Quero que outras mulheres importantíssimas na nossa história também o sejam, ao invés de ouvir nas aulas de história somente dos feitos dos homens. Quero visibilidade para as nossas grandes cientistas, escritoras, atrizes, diretoras, roteiristas, advogadas, juízas, médicas e qualquer outra função que eu possa escolher, inclusive a de ficar em casa, cuidando dos filhos.

Eu quero poder escolher o meu caminho. Não, toda mulher não nasce para ser mãe. É uma escolha que grande parte de nós fazem, mas toda mulher nasce para ser ela mesma. Ser mãe pode ser uma parte da vida da mulher, se ela assim o quiser, mas não é sua obrigação. Isso também vale para casar, fazer faculdade, ser dona de casa, ser uma grande empresária… As opções são infinitas e a escolha de qual caminho tomarei deve ser minha.

Eu quero ter as mesmas oportunidades que os homens tem. Seja no ambiente profissional, no ambiente familiar… Afinal, será que não existem tantas mulheres escrevendo livros ou será que elas não tem tanta oportunidade quanto  os homens tem?

Resumindo, eu quero respeito. Quero poder emitir minhas opiniões sem que elas sejam desmerecidas pelo fato de eu ser mulher. Quero que as minhas sugestões sejam levadas a sério. Que o meu trabalho seja tão valorizado e efetivamente remunerado quanto o de um homem com a mesma qualificação que exerça a mesma função que eu. Quero ser vista antes como pessoa, depois como mãe, filha, esposa. Quero viver o meu ser mulher de maneira plena. E quero que todas as mulheres do mundo também o possam fazê-lo.

E você, mulher, o que quer?

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07
03
2016

#MulheresParaLer – Mulheres Escritoras e o Mundo Literário

mulheresA Iara, do canal Conto em Canto, está com um projeto maravilhoso nesse mês de março, chamado “Mulheres Para Ler”. Basicamente, o projeto tem como objetivo incentivar os leitores a lerem livros dos mais diferentes gêneros literários escritos por mulheres.

Como ela mesmo explica aí no vídeo, existe uma certa ilusão que as mulheres já são tratadas da mesma forma que os homens no mundo literário. Mas isso não é bem assim. Então, é muito comum que acreditemos que uma escritora tenha a mesma chance de ser publicada e levada a sério em sua profissão, quando a verdade é que as mulheres que escrevem acabam tendo que se contentar com certos gêneros literários que não são considerados literatura, porque a verdadeira cultura literária – hahaha – seria um privilégio masculino. *pausa para fazer cara feia aqui*

Quando eu fiz o que a Iara sugere, contar quantas autoras eu tenho na minha estante, ao contrário dela, tive um resultado que num primeiro momento parece promissor: eu tenho muitos livros escritos por mulheres na minha estante. Porém, ao analisar esse resultado, percebi que isso se deve ao fato de que o meu perfil como leitora inclui muitos livros de gêneros que não são levados a sério (algo que eu acho muito errado) como o chick-lit e livros young adult, já que a maioria deles são direcionados ao público feminino. Como são gêneros que não são considerados “literatura”, tudo bem para as mulheres escreverem.

Afinal de contas, são raríssimas as vezes que vemos um homem escrevendo chick-lit. Como se esse tipo de livro não fosse literatura. Nesse exato momento, não consigo lembrar de nenhum. E mesmo quando escrevem algo parecido (estou aqui pensando nos romances cheios de drama de Nicholas Sparks) parece que são levados mais a sério que mulheres escrevendo o mesmo gênero.

Na categoria young adult, temos uma outra situação: a maioria dos livros escritos por mulheres trazem personagens principais femininas, mas já vi alguns personagens masculinos que foram escritos por autoras. Porém, o contrário é mais difícil de encontrar: um homem que escreva uma personagem feminina principal. Para não dizer que não existem, eu me lembro da série His Dark Materials, do Phillip Pullman, que tem a Lyra como protagonista. Mas é bem menos comum. Como se escrever protagonistas femininas fosse algo inferior e o autor perdesse credibilidade ao colocar uma garota como principal em sua história. *pausa para outra cara feia*

Harry Potter - JK Rowling

Até a situação da JK Rowling é um exemplo claro disso: quando seus livros foram publicados, seu nome foi alterado para as suas iniciais, pois existia o medo de que seus livros de história de magia e aventura não vendessem tão bem se logo de cara as pessoas soubessem que se tratava de uma mulher escrevendo.

Mas como mudar isso? O que você e eu, leitores, podemos fazer para mudar a situação? A resposta é simples: leia mais mulheres. Procure por autores do sexo feminino, principalmente ao escolher livros em áreas que não tem muitos exemplos de escritoras mulheres. Assim, aos poucos, o mercado editorial talvez vá dar mais chances para que outras mulheres sejam autoras publicadas.

Existem muitas mulheres que escrevem os mais diferentes gêneros, entre romance policial, horror, ação e aventura, livros técnicos… o que elas precisam é serem lidas, para que cada vez mais possam quebrar essa barreira de que mulher só escreve chick-lit (o que, volto a frisar, não é algo ruim, já que é um gênero literário que merece a mesma importância que todos os outros e não ser considerado inferior), de que uma mulher escrevendo um gênero que não é direcionado para mulheres não deve escrever bem.

Você concorda? Discorda? E afinal, quanto da sua estante foi escrito por mulheres? Deixe sua resposta nos comentários e participe desse projeto. Vamos ler mais mulheres!

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